RAÇA DE HERÓIS - Capítulo 47 - Amigos e Mãos

Capítulo 47

Amigos e Mãos

Amigo... Uma palavra tão bonita, de um significado tão profundo, mas pouco compreendida por muitos de nós. Querer ter um amigo é desejo de todos nós, mas e nós, estamos sendo amigos?

Ficar em barzinhos tomando aquela cerveja que alguém paga, indo no churrasco que a pessoa oferece, andar em seu carro e lembrar-se dele somente nos momentos de interesses e necessidades nossas não é demonstração nenhuma de amizade. Um amigo é aquele que se importa, que está disposto a ajudar o outro em momentos de dor e dificuldades.

É muito fácil ser amigo de alguém enquanto esse alguém nos oferece alguma vantagem, mas se percebemos esse alguém em desespero, e viramos nossas costas, ignorando a situação, estamos agindo displicentemente.

Não vamos nos esquecer de perguntar aos nossos amigos de como estão indo, juntamente a família, como é que está o trabalho, a vida, pois assim eles perceberão que nos importamos com eles e que queremos ajudar. Sentirão confiança em nós e exporão seus problemas. Ouvindo pacientemente suas frustrações, procuremos acalmá-los, falar de paz, sem nunca acirrar um litígio, encorajá-los a mudar de atitude, se percebermos que é algo positivo e deixar claro que estaremos ali quando precisarem. Assim agindo, faremos brotar neles a convicção de que têm alguém para recorrer, e isso dá força e vitalidade às pessoas.

No setor de trabalho que temos é de extrema a importância a existência da amizade entre líderes e liderados. Se houver confronto entre os funcionários não haverá qualidade no serviço prestado. Quando o funcionário de uma empresa é pressionado fisicamente e psicologicamente ele não renderá em seu trabalho, não desempenhando bem sua função. É uma forma de violência no ambiente de trabalho. O conceito de liderança que todos deviam seguir é aquele calcado na tolerância, humanidade e seriedade, mas muitos têm um conceito totalmente errôneo, já que querem mostrar serviço para seus superiores e querem galgar altos postos dentro de uma empresa.

Os grandes líderes não são líderes por acaso ou por serem uma dessas pessoas que são escolhidas como chefes por acatarem certas ordens descabidas de seus superiores em troca de um salário desejável. Devemos repensar quando agimos de forma submissa e interesseira, em que diversas vezes criamos muitos desafetos.

Não deixe que seu trabalho se torne uma tortura e motivos de insatisfação. Todos têm seus limites e necessitam de tê-los respeitados. No fim das contas, somos todos trabalhadores de Deus e o Pai nos trata sempre como filhos amados. Evidentemente, não há como agradar a todos, entretanto há como fazer do jeito correto, zelando sempre pela integridade do trabalhador e pela qualidade do trabalho, e todos podem ser úteis se bem aproveitados, desde que acreditemos no ser humano e tenhamos observância em suas aptidões, procurando manter com todos um diálogo aberto e equitativo, no sentido de sermos todos irmãos, companheiros de trabalho e não chefes e subordinados.

Vamos acreditar na bondade e na capacidade de todas as criaturas, pois talvez o que esteja faltando para alguém se transformar são a nossa crença e estímulos para que essa transformação se efetue. Podemos ser a alavanca propulsora a reerguer alguém em queda ou podemos ser as mãos que empurram esse mesmo alguém em um precipício. A escolha de qualquer uma das opções depende de cada um, entretanto, o que retornará para nós, obrigatoriamente, é aquilo que praticarmos. Tudo que vai volta. A vida entregará em nossas mãos o que depositarmos nela.

Tenhamos amor por nós mesmos, nossos amigos e por todos os filhos e criações de Deus para que o destino possa nos devolver esse amor que nos elevará a mundos ditosos, inacessíveis a dor, a aflições e a qualquer sentimento tórpido. Esse lugar existe e existem meios para se chegar a ele, e cada dia que amanhece é a oportunidade concedida por Deus para darmos um passo em sua direção ou nos desviarmos dele.

Tome cuidado com os atalhos e caminhos ilusórios. Podem parecer encantadores, a princípio, mas podem nos levar ao fundo de um poço escuro, onde precisaremos de nossas próprias forças e de mãos para nos tirar de lá. As mãos aparecerão, certamente, mas quanto às nossas forças quanto mais viciarmos nas sombrias ilusões, mais difícil ficará de encontrá-las.

Um amigo não se compra, conquista-se. Quem tem amigos comprados não tem amigos, são falsos, e nossas mãos não alcançarão as suas.

Amizade: Na opulência conhece-se a quantidade, na escassez a qualidade.