A ALVA

Sob o olhar secreto,

discreto ao ponto de não ser

o que se pode crer,

na escura e sombria alva.

Antes clara, a alva se perde

no eu interior de alguém irreal.

Embora acesa, se faz obscura,

embora segura, nunca pura,

a alva se perde, se apaga insegura.

À luz do querer, procura

algo para seu suporte inexistente,

impotente por não viver

o que é preciso, se faz turva.

A alva imatura, insegura

não se ascende por não poder brilhar,

porque sonhar é menor que viver

e existir é mais que querer.

Mas é bem maior o poder sonhar,

do que não se permitir existir.

É melhor existir, assim, aos poucos,

do que passar pela vida

sem a encontrar!

misael
Enviado por misael em 09/03/2016
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