AMIZADE VERDADEIRA

 

A amizade verdadeira surge de forma espontânea. É assim que deve acontecer. Às vezes, o que    poderia   ser   apenas  um  coleguismo, modifica-se. Outras tantas, nem ‘bate’ aquela sintonia imediata... Pode até acontecer um estranhamento inicial: a pessoa expansiva, por exemplo, poderá ser confundida com exibida; a retraída com metida; e por ai vai...

 

O ser humano é dotado de bondade e maldade, porém cada um desenvolve esses sentimentos de uma forma mais ou menos abrangente. Isso vale, também, para alegria e tristeza, amor e ódio;  para atitudes corajosas e medrosas, acomodadas e decididas, mandonas e subservientes. Cada pessoa é um ser único e, portanto, a sua potencialidade é infinita.

 

O que se deve mudar é a tão conhecida e desgastada frase: “Eu tenho muitos colegas, mas poucos e bons amigos!”  Há um número reduzido de amigos, porque é trabalhoso saber e entender a essência de cada um.  A primeira coisa que se deve fazer é desmistificar os rótulos! Se a atitude inicial de uma pessoa é ficar calada, com toda a certeza, em outra situação, ela se tornará expansiva, brincalhona e falante.

 

O ambiente ou o momento, muitas vezes, atrapalha. Há amizades verdadeiras que começam de forma desajeitada, estranha e até engraçada.  O que se deve levar em conta é olhar o outro de forma menos desconfiada e racional. Acreditar que algo de positivo e bom essa pessoa tem para demonstrar.

 

Conquistar amigos é um aprendizado que vale á pena investir. Hoje a carência afetiva é muito grande e as pessoas com receio de se entregarem - ao conhecimento e aprofundamento das relações humanas -, isolam-se. A humanização de cada pessoa não se consegue acumulando bens, nem se afastando das verdadeiras origens, porque se perde o rumo, o caminho para o discernimento e crescimento interior.

 

O amigo verdadeiro torna-se confidente, cúmplice, leal. Não há cerimônia, há transparência nas palavras e ações; há irmandade. É muito gostoso poder olhar para os lados e saber que se tem mais ‘irmãos’: Irmãos no trabalho, na escola, na rua, na academia, na praia... Nessa amizade verdadeira, chamada irmandade, permite-se diferenças de sangue, temperamento, cidade, gosto e tantas outras    coisas, porém a essência é igual.

 

A irmandade requer dedicação, amadurecimento e nenhum constrangimento. A amizade é a maior e melhor preciosidade que podemos alcançar. É gratificante saber que diante de tantas adversidades, há alguém preocupado e disposto a nos ajudar e ser ajudado. E mais: deve-se fazer novos amigos, conservando-se os antigos. Se cada um plantar e regar a sementinha da amizade, a intolerância e o egoísmo vão enfraquecendo as suas raízes.

Vamos deixar crescer a árvore da amizade!