Dor de Amor


Sinto uma satisfação mórbida, quase orgástica pela dor,
tanto pela alheia quanto pela minha,
pela desconstrução do sagrado que se transfigura em perversão
quando nos saculeja a mente e nos retorna ao prumo, no vão.

Pelo sim, pelo não...

O SIM é esvoaçante e frágil. Corteja, dança e vaza.
O NÃO é obtuso e forte. Esse você tem na mão.
Ame esse NÃO pois ele é seu, somente seu.
Agora o sagrado é o NÃO!
Desconstrua-o quando achar que deve e recomece o ciclo.

Estou me sentindo assim, moribunda de amor
mas transformo o sagrado em perversão:
"amor e bunda"
(minha cara)
Dou-me o direito à loucuras pois faço disso a minha cura.
E não me atordôo com tarja preta se posso usar a ...
(caneta)

Gosto do trago, do amasso, do estrago e faço isso diante do espelho. 
Olho meu coração na mão e me apetece a tortura.
O amasso até a deformidade.
O masco até que o sangue me corra pelo canto da boca e o engulo.
Meu olhar me instiga e ordena: Toque-se! Sinta-se!
Dedilho meu corpo até perder a consciência.
Um orgasmo me limpa.
Sinto-me plena e sem mais espaço pra quem quer que seja.
Só aí percebo quem sou e quem sempre estará comigo:
EU!
E me regozijo.

.........

Somos sós, fantasias, pó
e só percebemos isso na agonia
quando o frio da falta de alguém nos refrigera
e depois nos ferve, sangra e verte
Portanto, foda-se!
e desperte a consciência de si mesmo.

........

Sou como Mercúrio espalhado em papel de seda
Ao erguer as pontas, Aglutina!
E o guardo na estante da fé
Até a próxima queda
E o recomeço da vida

.........


"QUISERA QUE VOCÊ ME AMASSE COMO EU TE AMO
E QUE NÃO SE DISTRAÍSSE DE MIM.
NEM QUE FOSSE POR UMA LÁGRIMA OU POR UM BEIJO...
E FIM!"

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Ana Átman
Enviado por Ana Átman em 30/09/2009
Reeditado em 03/10/2009
Código do texto: T1840346
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