ELA É COMO UMA SOMBRA - II

Seu corpo colado no meu, não posso ver seu rosto

No entanto posso sentir sua respiração ofegante

Nos meus sonhos, você caminha ao meu encontro

A penumbra no entanto cobre teu rosto, sombras

Com você nos meus braços, sinto teu corpo quente

Teu abraço apertado, me envolve, me seduz, me cala

Meu coração descompassado, perde-se nas batidas

Como almas gêmeas, consigo sentir o que você sente

O silencio da noite rende-se as palavras sussurradas

Aos segredos contados, as palavras as vezes desconexas

Olho para o espelho e vejo teu corpo desnudo de costas

Ainda não posso ver seus olhos e isso me enlouquece

Chega a ser maluco e perturbador não poder ver teu rosto

Um dia lembro-me que um poeta escreveu algo assim;

“Ela é como uma sombra” e me remeto a essa leitura

Posso senti-la no coração, ouvi-la, mas não consigo vê-la

E como o poeta conta em seus versos, ela vai e vem

De repente acordo de um sonho aprisionado, todo suado

E me levanto com várias perguntas ainda sobressaltado

Desço as escadas e olho ao longe e vejo na parede

Um retrato muito antigo, não sei quem é o artista pintor

Mas uma coisa eu sei, é ela que esta ali retratada

No entanto o fino véu que usa, cobre seu rosto levemente

E não posso ve-la, mas consigo ver seus olhos brilhantes

Posso ver que eles dizem, eu te amo e sempre te amarei