O velho

Perguntei ao velho, por que era tão só, ele simplesmente me respondeu que o era pelo simples motivo de ter envelhecido e de ainda estar vivo ao se aproximar do pó. Portanto, o esquecimento lhe fora concedido pela própria natureza humana sem dó.

Sem inculpar ninguém seguia o seu caminho coberto de flores, seus sonhos eram plenos de amores por sobre os espinhos de seus dias de refinados estertores, além do além.

Onde estariam seus descendentes?

Fato corriqueiro e recorrente...

Seus amores ocultavam-se dentre aqueles abrolhos e flores de seu velho caminho como se fora guardado a sete chaves dentro dum antigo escaninho.

Às vezes os mais queridos parentes tornam-se friamente indiferentes...

O tempo é o melhor remédio a solucionar tais problemas, colocando todos na posição horizontal, onde findarão as orgulhosas vaidades vislumbradas por velhos diademas os quais também criarão a feiúra de seus azinhavres...

O ouro somente tem o simplório valor quando a vida faz alguém admirá-lo e mais nada de inútil poder-se-á acrescentar nessa ilusória panaceia de placebos fúteis.

Naquele momento de exílio a porta se abre, era chegada à hora de fechar o asilo...

jbcampos
Enviado por jbcampos em 29/12/2014
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