TIPOS DE PAI

     A experiência da vida me ensinou que existem pelo menos quatro tipos de pai: o autoritário; o omisso; o irresponsável e o PAI.
     O primeiro pensa que ser pai é ter a posse de uma vida que ele, por acaso, ajudou a formar. Para ele, educar um filho é espancá-lo, torturá-lo, humilhá-lo, calar-lhe a voz, tirar-lhe a alegria, a liberdade de pensar, o livre arbítrio, ou seja, adestrá-lo de acordo com a sua ignorância.
     O segundo acha que, por ser aquele que provê, não tem de se preocupar com a formação do filho e tem como lema a desastrosa frase: “Deixa a criança ser criança!” Normalmente, não dialoga, não se preocupa com normas e horários, não lhe exige nada nem lhe faz cobranças. Considera-se o pai mais perfeito do mundo, pelo simples fato de deixar o filho ser livre e adotar o método “Pedi e recebereis!”. Basta a criança esboçar algum desejo que o “herói” já está pronto para realizá-lo. Mal sabe o imbecil que o excesso de liberdade e de facilidades poderá conduzir o pequeno à irresponsabilidade e ao descaso por tudo: pela família, pelo trabalho e, o que é pior, pela própria vida.
     O terceiro é uma variante piorada dos dois primeiros, pois a única participação que ele tem na vida do filho é ter-lhe deixado a herança genética, maldição que o pobrezinho carregará para sempre. Esse ser além de agredir física, psíquica e moralmente a criança, abandona-a à própria sorte ou deixa que a Escola e as autoridades assumam a responsabilidade que é dele.
    Conheci muito bem esses três tipos de pais sobretudo, em minha vida profissional, em que vi a Escola, meu ambiente de trabalho, transformar-se abrutamente num "depósito" de crianças e adolescentes  cujo comportamento oscilava entre o violento e o apático, deixando-os sem perspectivas, sem sonhos, vazios.
     Contudo, felizmente, existe o quarto tipo! É uma espécie, há muito tempo, em extinção! Essa espécie traz a autoridade de PAI entrelaçada à doçura de MÃE verdadeira. É o mestre antes de tudo. Para ele, não bastam os ensinamentos da escola — o aprendizado é ininterrupto —. Portanto, toma para si as responsabilidades
que assumiu ao formar um novo ser: dar-lhe não só o pão de cada dia mas, principalmente, o alimento moral e espiritual, ensinando-lhe como deve comportar-se em casa, na escola, na sociedade.
Desde bebês os filhos têm nele a companhia, o amparo, o conforto, o carinho e a compreensão. Diariamente, por meio de sua conduta, ensina-lhes que a liberdade é um bem a ser conquistado paulatinamente, com responsabilidade e respeito. É aquele para quem os filhos jamais crescem. É aquele que, mesmo distante, se faz presente e parece adivinhar o que os filhos querem dele. É aquele que esquece a comida no prato, a porta da sala escancarada, o gás ligado, a torneira aberta e, em desespero, vai ao encontro de um filho que está doente, porque entende que a sua presença é indispensável para aquele coração aflito. É aquele, enfim, que sabe da importância de seu apoio incondicional na vida dos filhos, ainda que eles já sejam adultos e tenham filhos também. Entretanto, nada exige em troca, jamais se queixa de suas ausências e espera, incansavelmente, que eles decidam procurá-lo, nem que seja para lhe pedir colo.
     Esse quarto tipo é o único que merece ser chamado de PAI, ser protegido com uma redoma de vidro e guardado como  joia rara.
     Embora meu Pai não esteja mais fisicamente comigo, tenho o privilégio de conviver com um exemplar desse modelo de PAI. É ele que me apoia, me orienta  e me ensina a ser uma pessoa melhor. Esse PAI a quem me refiro é meu companheiro, meu amigo, minha alegria, meu amor,

 
ROBERTO EUGENIO DA SILVA.

Dia dos Pais de 2015

 
Imagem disponível em:
https://www.google.com.br/search?q=gif+animado+dia+dos+pais&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjPo4uJ8crTAhVMHJAKHbRGCBMQ_AUIBigB&biw=1366&bih=662#q=gifs+animados+amor+paterno&tbm=isch&tbs=rimg:CUFCPlciJ0DVIjhLW1usul2ZJhtPQgrr10oJo-WC3eRHwpzhFvdkFGslXCIIZ-1Gzm6DWsnx2rzq-JHncq073LVZFioSCUtbW6y6XZkmERAumEIKLwQuKhIJG09CCuvXSgkREbE2KgTGnsIqEgmj5YLd5EfCnBEttx5Ewet0JSoSCeEW92QUayVcEZJv42pJpg_1ZKhIJIghn7UbOboMR1t9oZR0GHToqEglayfHavOr4kRFOx4pbgiQ-8yoSCedyrTvctVkWEdMBCvL8lLUT&imgrc=1jRPAYDgXKtEfM:
Lídia Bantim
Enviado por Lídia Bantim em 29/04/2017
Reeditado em 29/04/2017
Código do texto: T5985145
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.