Amar é ser.

Amar é...

É deixar-se afagar pelo medo do rompimento.

É queimar passado e futuro se assim for necessário unicamente pelo abraço caloroso do presente.

É aceitar a miséria e a riqueza sem fazer nenhuma distinção.

É querer para si e só para si, sem sufocar o desejado.

É calar-se quando o orgulho e seus derivados exigirem sua fala.

É falar quando as conveniências e seus subtópicos infinitos exigirem seu silêncio.

É ouvir o que não é dito e considerar a capacidade que cada gesto tem de ser essencialmente uma manifestação de amor.

É entregar-se avassaladoramente ao desejo sem ter a cautela como virtude.

É andar vagarosamente e calcular cada minúsculo sussurro por medo de ferir quem segue ao lado.

É ter no íntimo o maior entre os maiores amores.

É não considerar despropósitos de amantes os imperdoáveis despropósitos, afinal que loucura é o amor, que amor pela loucura é amor...

É estar alheio ao que há de mau em torno, quando próximo ao alvo de sua alma.

É deixar-se embebedar pela sutileza dos corpos, consciente de que por vezes ela envolve e eleva, e por vezes distrai e destrói.

É encontrar-se frágil diante da ausência.

É tornar-se extremamente perigoso diante de uma ameaça direcionada para a preciosidade que você guarda por amar.

É fazer a pior de todas as poesias e o mais simplório de todos os poemas e entregá-lo com toda esperança e solicitude mesmo assim...

É chorar como um palhaço sem risos quando tem seus versinhos rejeitados e depois debater-se na areia diante de toda uma platéia, ignorando completamente seus pensamentos quanto ao pobre que foi descartado.

É expor primordialmente a doçura com a qual você foi dotado ao incorporar esse amor magnânimo.

É expor a possessividade por medo, escondê-la por medo e detestá-la por amor.

É imitar a irregularidade do verbo.

É ver normalidade nos mais insólitos caminhos categoricamente apresentados pelo sentimento.

É descobrir saudades escondidas, verdades invertidas, inseridas numa mente incompreendida cheia de vidas, e lidas não lidas.

É enterrar fatores que dificultam seus sonhos envolvendo os amantes a dois.

É destruir os motivos que instigam problemáticas.

É querer a tranquilidade e o sabor sublime das surpresas como fundo de tela do seu amor.

É saber que o amor "É" ,e amar é próprio do "Ser",

É saber que amar "É" infinitas vezes e em cada uma delas está o "Ser" que te trouxe a consciência de que amar é "Ser" e "Ser" é só o que basta para Amar.

É "Ser" comum, mas anômalo e infinitivo e irregular.

É amar.

Brianna Gordon
Enviado por Brianna Gordon em 04/10/2007
Reeditado em 25/10/2007
Código do texto: T679888