De janeiro a janeiro

Tudo começou num verão, onde sonhos já não mais existiam e a vida desestruturou-se. A fundação se abalou! Perdeu seus passos e sentidos. De janeiro a janeiro amou, até que um vento balançou seu mundo e coração deixando seu jardim como após tempestade. Começou novamente, Levantou-se. Olhou e estudou. Aplicou-se. Menina simples de tamanha beleza, andava como que se brincasse entre os passos e sorrisos dos mínimos detalhes que a rodeava entre brilhos e sombras, chuvas e lágrimas, seu mundo florescia, mas se ia.

Dia e noite meditava sem direção. Tocou seu coração algo indescritível. Silenciou! E quando voltava seus olhos aos céus...suas mãos...seu amor...sua mente...sua alma...as estrelas que feneceram, não ouvia palavras que a consolava...Logo, silenciou suas palavras. Entre idas e vindas escrevia poesias na tentativa de se achar.

Leve e pesado

Graça, desejo

Levado pelo passado

Tornou-se o presente

Num futuro vazio

Eclodiu silenciosamente

Na mente

O juízo cessou

Junto pedaços

Tentando achar

E quando olho

Me perdi

Por lutar comigo

As palavras que não ouvia, no canto de seu ser, oprimia. Reprimiu-se.

Nas incertezas das palavras

Perdi

Razão e coração

Tropecei os olhos em você

E me deparei

Na incerteza dos sentidos

E já não sei

Quem sou, ou

Onde estou.

Minha maior consequência

Quando tropecei

Os olhos em você.

Seus olhos voltaram para um vazio, com medo de florescer o jardim, como primavera e inundar-se do melhor perfume. Seu perfumista, cadê? Será que olhou para tão delicada flor? Dizia consigo - “Não Brinque comigo! Não me balance! Tudo mudou. Esse é meu coração.” – torrentes de águas cercaram-na e cada vez avolumava em sua mente e seus pensamentos.

Veio um vento

Não aguentei

Preciso de ungüento

Para meu juízo curar

Meu coração...

Vento, volte e devolva

Leve o que me trouxe

Não aguento

Você veio e balançou

O que não deveria

O meu coração.

E as horas de um vazio que não passam, no compasso de seus passos que voam silenciosamente sem acordar a multidão que sem saber dorme. Livrou-se do que no interior idealizou e substituiu pelo que realizou. O concreto gritou, cantou, dançou, se fantasiou e agora? Os aviões passam e a levam como nas estrelas. Simples, inteligente, sensata e atrás de nuvens. Suas flores murcharam, seus olhos fecharam na serena noite onde sonhou e delirou e deliciou e acordou e foi tudo novamente.

Meus olhos procuram

O som de seu sorriso

Que passeia nos lábios

Doces...

Encontro de nossos passos

Com laços de amor

Sublime sentido

Tido no olhar.

De janeiro a janeiro amou.

Yhasmin Vieira
Enviado por Yhasmin Vieira em 16/06/2020
Código do texto: T6978804
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.