Bilac e Prumirim

Nunca morrer assim!

Nunca morrer num dia assim!

De um sol assim!

Me disse o poeta

Bilac eu morro sim

Com a devida vênia

Se me incumbe morrer

Que seus braços me tomem assim

Entre ondas serras e ventos

O gosto salgado na boca

Eu nadei da ilha à Prumirim

A morte se calou a cada braçada

O medo se rendeu à vista de Almada

E à praia me esperava a amada

Ela arrependida, desconsolada

Eu entre versos nadava

Que morrer que nada!

Mas a sorte estava lançada

Entre ondas me debruçava

Me fiz peixe ao arrepio dos deuses

Eles me puniram ao arrepio dos homens

O mar nunca tem fim

A travessia nunca tem fim

Se fim houver

Que seja aqui

Entre a ilha e o continente

Nesse doce mar salgado

Entre braçadas que não findam

Emaranhado de serra e mar

Me faltará o ar

Meu icônico poeta

Nadarei para todo o sempre

Entre conchas pedras e seixos

Nos versos de seu mar

Morrerei assim

Num dia assim

De um sol assim

Luís Carlos Pileggi Costa
Enviado por Luís Carlos Pileggi Costa em 31/07/2023
Código do texto: T7849955
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