Mentira / Verdade (Dueto)


MENTIRA
(Di Amaral)

 

Seria tudo tão belo assim, abençoado

Não fosse acometida da crônica mentira

Que a última pétala de encanto retira

Deixando-lhe a nu, como anjo profanado

Mas se lhe dói este meu verso

Por sentires o justo peso da espada,

Inebrie-se com o meu amor,oh, exaltada!

E permaneça como réu confesso.

 

De você falaria eternamente bem

Não fosse a mácula que contém

 

(Nota do autor: Qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência.)

 

 

VERDADE

(Ana Átman)

Seria tudo tão belo assim e abençoado

Não fosse você ter se precipitado

De sua pétala de encanto agora despojado,

Seu anjo profanado e nu (eu) não pode mais ser resgatado

 

De que adianta ocupar-se de minha dor

Se sua espada já deu o golpe final?

Uma espada fria que golpeia sem amor

Dá direito a mais nada, seu golpe é fatal

 

A justiça foi sua, não minha

Não há mais exaltação... mais nada

E você ainda me fala de amor?

E presume que eu fique assim, calada?

 

E que tipo de amor é esse

Que se julgando enganado

Dá uma de corno manso

E quer continuar a meu lado?

 

Ofereci-lhe meu sentimento mais nobre

E você o jogou na lama da banalidade

Pois fale de mim o que queiras

Nada me atinge mais do que sua crueldade

 

A minha mácula, a que você se refere

É reflexo da sua alma, isso não é pra mim

Você está falando de falsas mulheres (sua mãe?)

Você não deveria ter falado comigo assim

 

Amigo, solte minha mão

Uma das piores coisas é a ingratidão

A partir daqui sigo sozinha

Juntando os pedaços do coração

 

E você deixou uma nota de autor

Porque sabia que eu iria entender

Vem me cobrar a suposta mentira

Enquanto quem mente é você

E pra sua sorte, eu não estou de TPM.

---------------------------------------------------------------------------

Agradeço a gentileza do amigo/poeta Di Amaral em permitir essa brincadeira com seu texto. Só pra exercitar, pra me ajudar a manter o fio da navalha rsrsrsr