LÁGRIMAS DO CÉU

                         
São nuvens pesadas
Nas tardes chuvosas,
Cheirando gostoso
Na terra molhada.
Que pena, às vezes,
Seu pranto é enorme
Que até transforma-se
Em inundação!
E por causa disso
Vem o sofrimento 
A desolação,
A falta de abrigo
A destruição.
Que pena!
E outras vezes ,
São lágrimas do céu
Na minha janela
Parecendo até,
Canção de ninar.
Me vem na lembrança
Imagens do ontem
De quando menina
Correndo com medo
Medonho da chuva.
E hoje é tão lindo
Os pingos da chuva
Caindo do céu,
Chorando na terra!
E vou caminhando,
Às vezes chorando,
Sorrindo ou cantando
Com o canto da chuva.
Com a chuva que cai,
Chorando na terra,
O meu peito abriga
Novas esperanças,
De ver o meu povo
A lavrar a terra
Esperando colher
Tudo que plantar.
Meu povo sofrido,
Que canta chorando,
Que reza cantando,
Sem desesperar.
Depois com alegria
Lhe sobra energia
Pra jamais parar.
Meu  Deus, que alivio!
Choveu com fartura
E meu povo agora,
Planta a qualquer hora
E de tudo dá.



Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional