Quanta Saudade 14

É arabesco que emite a voz do tempo, a saudade, que contorna as palavras, que habita o antigo por onde um dia indelével pousou nosso olhar...
Nos porões e sótãos da existência residem sorridentes ou sem viço os dias passados,em cada canto, como nas lendas, há sempre algo para compor o início e o meio, mas os mistérios da vida ocultam sempre o fim...
Ela é infinita, posto que, o que ela revela à nossa lembrança, nunca iniciou em algum ponto percorrido do caminho, não cessou ontem, nem amanhã terá fim...
Sentimos na saudade a dor de nunca mais retornar, exatamente como há muitos anos no futuro, semelhantes a nós, sentados em alguma tarde, sentirão um desejo infrutífero de voltar... 
A saudade é um vaso antigo, que envolve um bonsai, com seus ramos tortuosos, com o limo lhe beijando os pés, com as eras incorporadas nas razões de seu viver, como a alma, que vive, envolve a lembrança de quem já se foi, sem nunca deixar este, de viver em nosso coração...
Bendita a saudade, bendita esta viagem molhada de lágrimas, ou árida das interrogações de porque cabe a tão pequeno ser, nós, a missão de tê-la por companheira na solidão dos dias, no desejo sincero de trazer tudo que ela representa diante do nosso olhar...?
...Um divino mistério, chamado saudade...!

Malgaxe

 

 

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 13/08/2012
Reeditado em 10/07/2023
Código do texto: T3828406
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