Saudades da Bahia

Arrumando meus arquivos no pendrive, deparei-me com uma pasta chamada “Bahia”. Um misto de sensações me fez aflita, antes mesmo de abri-la. É sempre assim. O que essa pasta armazena é muito importante pra mim. Ela guarda os registros da história mais linda que já vivi. É ela uma evidência de que tudo foi real, e não um sonho, como às vezes chego a pensar.

Abro a pasta e vejo passando na tela as fotos da viagem que ganhei da vida como prêmio, e é como se novamente eu estivesse vivendo toda a felicidade daquele encontro. Durante cinco dias meu coração fez festa.

Meu Deus, quanta saudade! Custa-me crer que estive ali, e que experimentei, nos braços do meu amor, a maior felicidade que alguém já pode ter. Esse encontro fez valer a minha vida.

A cada imagem um mundo de recordações me faz dramaticamente entregue a esse amor. E lamento ver como é difícil estar longe de quem amo. Sofro desejando alcançar o seu desejo tão logo ele se manifeste, mas a distância me impede. Como sou impotente!

E volto, nas imagens, aos lugares por onde passamos: a estrada de Feira até Salvador, tão rica em paisagens encantadoras; os barquinhos na praia, na colônia de pescadores, onde fizemos uma foto nos beijando... Ah, coração, aguenta! Observo aquele mar, e a sua infinita beleza, e isso dói. O coração vai se fechando com tantas lembranças boas, e uma saudade sem fim me sufoca. Incompreensível? É, eu sei. Parece contraditório: como é possível sentir dor ao recordar algo que foi tão bom? Explico: queria viver tudo de novo, em detalhes.

O primeiro beijo, o toque, o amor explodindo naquele quarto... dormir de conchinha, que maravilha! Quanta entrega nesse gesto de ternura em que confiamos a alguém a proteção ao que somos! E as declarações de amor, as músicas que cantamos juntos... muitas saudades mesmo, amor, muitas!

Isso explica o nó na garganta com que termino esse texto.

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 14/08/2012
Reeditado em 31/08/2012
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