Tudo que sei

(Quando segurei a mão de meu pai e minha mãe em seu leito de morte, busquei em pleno silêncio decifrar suas palavras)

Quem segurará minha mão quando eu estiver noutra dimensão?

Quem num instante amedrontado descobrirá o quanto me ama?

Quem chorará tardiamente por ter estado tão pouco ao meu lado?

Quem sentirá medo de ser carregado pela cruel saudade?

Quem em suas preces amargosas...

Rogará a Deus que não me leve embora agora?

Quem fará promessas que já poderiam ter sido cumpridas?

Ou quem estará pronto para me deixar voar? Me ouvir cantar?

Perguntas e mais perguntas: Argumentos e razões...

De quem valem se é meu Criador quem decide minha hora de partir?

Tudo que sei é que minha alma em sua quietude busca um colo;

O colo de um anjo.

Busca um sorriso, o sorriso verdadeiro e a liberdade de um guerreiro.

Tudo que sei é que não há mais sonhos vãos, nem mágoas, nem incertezas, nem ilusões...

Mas há um amor sublime que sobreviveu às dores desmedidas

E hoje orgulhosamente abrilhanta meu pequenino coração.

Obs: Infelizmente essas palavras são reais assim como a dor e saudade.

Léia Carmona Torres
Enviado por Léia Carmona Torres em 08/10/2012
Reeditado em 29/10/2012
Código do texto: T3921530
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