Quando criança aprendi,quando adolescente escrevi e quando adulto compreendi

Quando criança aprendi a declarar amores que, às vezes, nem sentia.

Apaixonava-me por uma colega de classe, e logo me envolvia como se fosse meu primeiro e ultimo amor, escrevendo cartas e compondo poesias apaixonadas.

E o mais interessante, é que esse amor era sempre passageiro, e sempre que voltava, era intenso na mesma proporção.

E as mesmas cartas eram escritas, e os versos, reaproveitados.

Mas com o tempo, aprendi a declarar meu amor de outras formas.

Ainda lembro, quando ofertei a primeira rosa, ainda com o aroma do campo em que a recolhi.

Lembro dos olhos extasiados de alegria, quando disse meu primeiro Eu te Amo a quem merecia.

Lembro também do Adeus que não quis dar, e que acabou molhando minha face com lagrimas salgadas.

Lembro do primeiro beijo apaixonado, de quando minhas pernas tremeram e meu coração bateu mais forte sem eu menos saber o porque.

Lembro do primeiro amor não correspondido, que me fez sentir o pior dos homens, mas que me convenceu que aquele Não, não seria o único.

Lembro enfim, de cada palavra ou jura de amor que pronunciei.

De cada verso que escrevi a alguém especial

Dos versos que escrevi a quem não era tão especial

E dos versos que não escrevi a quem realmente era especial

Escrevi também, versos a quem não merecia.

Mas disso faço questão de esquecer.

Mas agora, minhas declarações de amor são mais sinceras.

Sonho em ter uma família.

Esposa.

No mínimo dois filhos.

A minha esposa, eu ofertarei um buquê de rosas artificiais, e a direi que só deixarei de ama-la, quando as mesmas pararem de exalar o seu perfume.

E todo o dia de manha, sem ela saber, pingarei algumas gotas de essência de rosas em cada botão do buquê.

Filhos, quero no mínimo, um casal.

E como sei que filhos sempre brigam para saber quem é o predileto dos pais, usarei de uma artimanha que já me deixou mais tranqüilo e me fará bom pai.

Darei a eles, um quebra-cabeças de mil pecas, e direi que enquanto nenhum deles o montar, eu amarei todos na mesma proporção.

Esconderei algumas dezenas de peças é claro.

Ou melhor, jogarei-as fora.

E problema resolvido.

Amarei cada um de forma especial, mas na mesma proporção, para o resto de suas vidas.

Aos meus pais, ah, a eles confiarei um segredo.

Direi a um, que não conte ao outro, que sempre foi meu predileto.

Meu pai, se achará o melhor de todos os pais.

Minha mãe, a mais orgulhosa das mães.

E eu, continuarei sem um preferido, sem um mais amado, ou um mais bajulador.

A minha irmã, direi que nunca senti ciúmes dos beijos que ela ganhava.

Direi que nunca quis ser abraçado como ela foi, assim como sei que ela também sentia uma pontinha de ciúmes com um abraço mais apertado de meus pais.

A minha avó, bom, a ela, só direi o que sinto.

Que a amo como nunca amei ninguém.

Que tenho orgulho de ser sangue de seu sangue

E que nunca escolheria ter sido neto de outra pessoa, que não fosse ela.

Que se eu tivesse nascido em outra família, eu a procuraria por todos os cantos da Terra.

E que nenhuma lagrima me seria tão sincera, se não fosse motivada por suas palavras cheias de amor e carinho.

Direi, que meu amor, é como uma fonte de água, e que mesmo que os especialistas digam que essa água vai acabar um dia, ela nunca secará, por piores que sejam as condições do tempo ou a forma com que é tratada.

Direi, que sempre a levarei comigo, enquanto minha`lma viver, enquanto o amor existir, ou enquanto eu puder lhe provar, que o amor que há em mim, não é apenas uma pedra que foi lapidada com muito carinho.

Ele é também, um diamante que foi esculpido com cada fragmento de sal que minhas lagrimas me proporcionaram.

E que muitas dessas lagrimas vieram apenas da imensa felicidade que sinto, em saber, que sou humano sim, mas que me ensinaram a voar, como os mais belos anjos do céu.

Jephe
Enviado por Jephe em 24/02/2013
Código do texto: T4157628
Classificação de conteúdo: seguro