Moleque o Adotivo

O tempo passou ligeiro do dia em que eu o vi sozinho na calçada da avenida. Você corria perdido em meio aos transeuntes que nem sequer o viam. Dirigindo o meu carro no outro lado da avenida olhei e vi indefeso animalzinho. Preocupada pelo que podia acontecer a ele, pois poderia ser atropelado e isso eu não queria e me dei conta do perigo que corria. Não pensei duas vezes sai do caminho de minha casa e fiz a rotatória para alcança-lo do outro lado da avenida Manoel Goulart. Parei o carro dobrando a primeira rua defronte a uma floricultura Vitória Regia. Desci rápido e me coloquei ao seu lado e abaixei para que me olha-se e chamei-o para chegar mais perto; acariciei seus pelos e peguei no colo aquele bichinho. Ele veio feliz como se já nós conhecia. Coloquei-o no carro. Busquei seu dono durante vários dias, Coloquei um bilhete no Pruden Shopping, que fica próximo ao local onde o encontrei e também no radio e no jornal da cidade, mas foi em vão. Então outras pessoas queriam adota-lo. Houve propostas para ir para outro estado ou alguns vizinhos, mas de forma alguma foi aceito pelos membros da família. Você ficou. Passou a responder pelo nome de Moleque tal como era seu comportamento. Passado alguns anos ele foi para a rua dar sua voltinha. Manhã que gostaria de esquecer eu saia com minha irmã Marieli que chamou-o de volta para que fica-se preso no quintal. Obediente como era voltou mas, ao atravessar a rua não vi que vinha um fusca descendo a mesma. Minha irmã tentou do outro lado da rua que ele parasse ao lado dela mas, ele veio e ao aproximar da calçada onde eu estava parada o pior acontece o carro passa sobre ele.

Levei-o ao veterinária e pedi ela que se o caso fosse grave sacrifica-se meu bichinho. Mas as lesões superficiais foram poucas e a tarde quando voltei da viagem fui busca-lo para traze-lo para casa. Medicado e cuidado com muito carinho. As lesões superficiais foram cicatrizando mas, não andou mais e precisou de ter uma cadeirinha de rodas para se locomover. Passou a usar modess geriátrico por causa da urina. Cachorro macho faz xixi toda vez que ergue a perninha isso não mais acontecia. A coluna foi afetada e não movimentou mais as patinhas traseiras. Meu esposo que é muito jeitoso confeccionou varias cadeirinhas e procurando melhorar cada uma delas para adapta-la a ele com conforto.. Mesmo assim não podia ficar o dia todo na cadeirinha e arrastava-se pelo chão. Ficava dentro de casa pois os azulejos lisos não proporcionavam machucados nele e no quintal era rustico era onde ficava só de carrinho. Assim tomava banho todos os dias à noite para dormir limpinho. Esse banho higiênico era para lavar as partes da barriga onde ficava o absorvente que usava. O talco que usava era para não criar escaras e perfuma-lo na troca das mesmas e depois dormia sobre a almofada perto da minha cama. Quando eu me demorava para deitar vinha perto de mim como se me chama-se: - não esta na hora de ir para a cama? Quando me deitava levantava rápido para pegar meu chinelo e levar para sua almofada como se quisesse dizer:_ Se acaso se levantar eu acordo porque você vai ter que pegar seu chinelo aqui. Assim se passaram mais de sete anos e oito meses. Estou com saudades, hoje completa dois meses e um dia que ele foi embora e deixou um enorme vazio. Apesar do trabalho que tive com ele a certeza que ficou é que um proposito havia ao acolhe-lo para que não fosse atropelado. Isso iria acontecer dia menos dia e que era eu que teria que cuidar do meu eterno cachorrinho. Cilene

Cilene de Castro Dano
Enviado por Cilene de Castro Dano em 27/02/2013
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