Sentimentos Contraditórios

Nestes últimos dias eu passei por situações que jamais poderia imaginar que passaria. Eu estou tão confuso que nem mesmo sei o que estou sentindo. É uma mistura de dor, tristeza, decepção, desamor, saudade e tudo isso acompanhado por lágrimas. Nem mesmo eu acredito o tanto que já chorei, nem mesmo eu acredito o tanto que estou sofrendo.

A vida faz o que quer conosco, ela nos alegra parcialmente e quando pensamos que viveremos apenas de felicidade, a própria vida trata de nos entristecer. A vida é um vazio inexplicável, onde cada um dá o sentido que quer a ela, porém, muitas vezes o motivo para viver que escolhemos acaba dando errado. No momento em que escrevo isso, acredito que fiz uma escolha que achava certa, mas por um querer da vida deu errado. Ou talvez eu esteja colocando sobre ela a culpa por minha infelicidade, que só alcancei devido aos meus próprios atos.

Hoje em dia apenas comprovo tudo o que já pensava antes que: Amar alguém é algo sério. Amar outra pessoa não é simplesmente querer estar junto dela, amar alguém pra mim é ter um motivo mais forte para viver, amar alguém é ter na pessoa amada um porto-seguro. Por isso eu creio que ninguém passa a amar alguém do dia pra noite, nós não escolhemos quando e muito menos por quem iremos nos apaixonar.

Há alguns dias atrás eu recebi uma das notícias mais tristes da minha existência, eu não podia acreditar que a única pessoa nessa vida que eu realmente amo (exceção a minha família) havia se relacionado com outro alguém, e que esta relação havia rendido um fruto inesperado. Ao saber disso, o castelo que eu havia construído repleto de sentimentos leais desabou! Tudo o que eu havia planejado e todos os meus sonhos para o futuro próximo foram instantaneamente sequestrados por pensamentos negativos. Naquele momento o mundo havia desabado sobre mim, naquele momento eu perdia meu chão. A partir daquela notícia tão amarga o meu coração se despedaçou em dor, e a mente era fortemente torturada pelas lembranças, os frios na barriga tornaram-se constantes. E sem perceber eu chorava como uma criança... Eu confesso que nunca antes estive tão abalado, tão fora deste mundo, tão desorientado, tão triste, tão desolado. Eu estava entre milhares de pessoas, mas me sentindo tão sozinho como se estivesse numa lha deserta. Eu vivia um mundo só meu muito além do qual meu corpo habitava.

Eu nunca me vi dessa maneira sofrendo demasiadamente, derramando lágrimas a cada pensamento ruim, com a voz embargada desabafando desesperadamente todo o meu martírio. Eu sei que nada disso melhorava minha situação, pelo contrário, só a piorava. Mas era necessário, e mais do que necessário eram ações tão naturais como o sol se por no fim de tarde!

Eu simplesmente não conseguia pensar em mais nada, parecia que minha vida tinha chegado ao fim apesar de saber que ainda respirava. Putz que dias foram aqueles... Pode ser que depois de alguns anos eu se lembre deles e dê risada, ou talvez ainda pense neles com a mesma dor de agora. Posso encarar esses dias tristes como experiência, como aprendizado, como superação ou qualquer outra coisa, entretanto, atualmente eles têm sido os dias que mais pensei... Penso em todas as possibilidades, crio argumentos que logo são derrubados por mim mesmo, levanto hipóteses infundadas, tento reconstruir o passado mesmo sabendo que é impossível, tento adivinhar o que vai ser o futuro, procuro esquecer inutilmente o que não me faz bem, fracasso na tentativa de não demonstrar minha fraqueza, tenho crises súbitas de silêncio que alimenta ainda mais a angustia, ás vezes canto para ver se meus males realmente se espantam, enfim faço de tudo para descarregar este meus sentimentos contraditórios.

FaBinhO Endecha Veraz
Enviado por FaBinhO Endecha Veraz em 26/06/2013
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