AUXILIO ESPIRITUAL AOS FALECIDO

FONTE: Revista Brasil Cristão

TEXTO: Pe Alirio José Pedrini. SCJ

aljope@terra.com.br

O cristianismo foi iluminado e convencido pelos ensinamentos do Senhor Jesus, Filho de Deus, de que o seu humano não foi criado apenas para viver um tempo limitado na vida terrena, mas para viver uma outra forma de vida, após sua morte: uma vida eterna.

Foi iluminado e convencido, também, de que a vida que se inicia com a morte, terá um, de dois destinos diferentes: ou a felicidade gerada pela posse plena e definitiva de Deus, que chamamos de Céu, ou a infelicidade gerada pela perda culposa da presença de Deus para sempre, que se chama inferno. São inúmeras as citações bíblicas comprobatórias dessa verdade.

A própria vinda do salvador, a centralidade de sua doutrina, a instituição da Igreja com todos os seus instrumentos sacramentais, doutrinários e espirituais, têm essa finalidade: “levar o ser humano a crer em Deus e na vida eterna, e por isso a viver de tal forma segundo os ensinamentos divinos que chega a ‘conquistar’ a sua felicidade celeste”. Vale a pena buscar na parábola do “POBRE LÁZARO E DO RICO EPULÃO” a profundidade do ensino de Jesus a respeito dessa verdade (Lc 16,19-31)

Tais verdades de fé levaram os cristãos, desde os primeiros anos após Pentecostes, quando, aliás, se iniciaram os martírios e a morte natural dos fiéis, a prestarem um culto aos falecidos. Não apenas um culto de memórias, de saudade, de admiração, de gratidão, de imitação de suas virtudes, mas também de oração e de celebrações e ofertas do santo Sacrifício Eucarístico, como forma de beneficiá-los para sua nova vida. Essa prática religiosa, baseada na fé cristã, prossegue até os nossos dias.

PURGATÓRIO

Para que orar, celebrar Santas Missas, realizar atos de caridade, alcançar indulgências, etc... em favor dos falecidos? Faz sentido? Eles são realmente beneficiados? Os que vão para o Céu já estão na plena felicidade e os que vão para o inferno, já não há o que fazer por eles, pois o inferno é eterno, como o Céu. Então, para que orar pelos mortos?

Baseado na Sagrada Escritura, iluminada pelo Espírito Santo e pela reflexão teológica, a Igreja  desde os primórdios  tem certeza da existência do purgatório, ou seja, de um período de purificação parta aqueles que morreram na amizade de Deus (em estado de graças), mas que levam consigo impurezas, imperfeições... que precisam ser purificadas para poderem entrar no céu.

Eis o ensinamento da Igreja. “Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua salvação eterna, passam após a morte, por uma purificação, a fim de terem uma santidade necessária para entrarem na alegria do Céu”.

“A Igreja denomina ‘Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados”´

Todas as almas que estão no Purgatório, embora sofrendo, estão felizes porque um dia, quando ficarem totalmente purificadas, serão levadas para o Céu.

Na Bíblia não ocorre o nome “purgatório”, mas sim a realidade da “purificação”.

No segundo livro de Macabeus (Antigo Testamento) conhecemos essa prática de “purificação dos falecidos”

Após uma grande batalha onde morreram muitos de seus soldados, o general Judas Macabeus, animado por sua fé, assim fez: o dia seguinte, Judas e seus companheiros foram tirar os corpos dos mortos, como era necessário para depô-los na sepultura ao lado de seus pais, (...) Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição, porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente; eis porque ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas” (Cf. 2Mc 12,39-46) SABOREIE ATENTAMENTE A RIQUEZA DESSE TEXTO Veja também MT 12,31; 1Cor 15; 1Pd 1,7).

PURIFICAÇÃO

Purificar de que?

1) Dos pecados veniais não perdoados antes da morte.

2) Das seqüelas que permaneceram na pessoa, por cauda dos pecados mortais

perdoados em vida, ou de todos os outros pecados veniais perdoados.

“Todo pecado, mesmo venial acarreta um apego prejudicial às criaturas, que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no purgatório” (CIC nº 1472)

Um exemplo: Alguém pratica adultério, ou prostituição, ou relações sexuais de solteiros. Arrepende-se e confessa sinceramente seus pecados. A culpa é perdoada, mas permanece a experiência erótica que muitas vezes grita para voltar ao prazer. Essa seqüela precisa ser “purificada”, ou antes da morte ou no purgatório. Outros levam consigo, na morte, ressentimentos, mágoas, sentimentos de vingança; outros apegos fortes e bem materiais; outros, tropeços na FAE causados pela busca de soluções de problemas em falsas religiões; outros por más ações ou intenções no exercício de sua profissão, etc... Todas as seqüelas “sujas” dos pecados, mesmo perdoados precisam ser “purgadas”, para se poder entrar na

Evangelizador
Enviado por Evangelizador em 07/11/2008
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