Budismo- Relacionamentos: o Eu X o Outro
Certa vez, em meio a uma crise de fúria, desencadeada por uma contrariedade qualquer, questionei-me por que sentia tanta raiva.
Gostaria de compartilhar com o leitor minhas reflexões sobre o tema:
1ª. Abordagem
De um modo geral, quando sustentamos uma relação com as outras pessoas temos expectativas em relação ao comportamento delas. Esquecemos que elas vivem em um mundo a parte, como nós mesmos, com seus sentimentos e suas aspirações. Essa expectativa é uma ânsia de nosso egoísmo, que inconscientemente nos faz crer que as pessoas e tudo mais existem para nos satisfazer os anseios pessoais, como se o mundo girasse ao nosso redor. Os outros fazem a mesma coisa.
Quando nossas expectativas não são atendidas reagimos de diversas maneiras, seja curvando-nos na tristeza, ou rugindo como um leão enfurecido. Baseados em um ponto de vista cheio de auto-apreço, rotulamos as pessoas como “boas” ou “más”, “aliados” ou “inimigos” e etc. O fato é que para outros, uma pessoa que julgamos antipática e cheia de má vontade, é verdadeiramente um “anjo dócil e bondoso caído dos céus”, o que mostra que tudo é relativo e que inerente e invariavelmente ninguém é “bom” ou “ruim” como supomos.
Não somos o centro do universo, as pessoas também têm seus sentimentos e aspirações, e é preciso que tenhamos vontade em conciliar estas diferenças, assim, as discordâncias podem ser dissolvidas com o passar do tempo. No Budismo, entendemos que todos os fenômenos são impermanentes, logo as relações também são mutáveis.
Conclusão: Mudando o modo de abordar as pessoas e os fatos da vida (nosso padrão de ação e reação) poderemos testemunhar mudanças significativas advindo futuramente na nossa relação com o todo da vida.
2ª. Abordagem
Quando nos relacionamos com as pessoas buscamos o que nos falta, um complemento. Isto prevalece nas relações em geral. Seja na afetividade ou nos negócios, por exemplo, nos relacionamos com diferentes pessoas, e toda relação traz uma gama de expectativas.
Podemos nos conhecer através dos outros seres. O outro é, na verdade, nosso espelho. O momento da contrariedade é um momento de revelações. Se um copo espatifar no chão, ele derramará o que houver dentro dele. Quando nossas expectativas são desfeitas por circunstâncias adversas, nosso “coração partido” libera o que havia “dentro dele”. Os incidentes forçam a exposição desse conteúdo, ao contrário do que pensamos, a negatividade não vem de fora para dentro. Os incidentes com pessoas revelam o quanto ainda não nos conhecemos, uma condição ou um pretexto qualquer fazem emergir o que estava encoberto e que, cedo ou tarde, as contingências da vida fariam vir à tona.
Buda Shakyamuni ensina que ao contemplarmos as virtudes de um Buda, contemplamos nosso próprio potencial para iluminação. O que sentimos ao contemplar a imagem ou um ensinamento de um Buda é na verdade manifestação de nossa própria mente. O que sentimos ao observar esta ou aquela pessoa são igualmente projeções da nossa mente. Todo nosso patrimônio espiritual está dentro de nós mesmos, e não de fora. Ao nos relacionarmos com os demais, as relações forçam a exposição de tudo que existir em nossos corações, como raiva, ganância, calma, desprendimento, desonestidade, honestidade, arrogância, preconceito, humildade, etc.
Conclusão final: As relações interpessoais são como um conjunto de espelhos e por isso, são verdadeiras oportunidades para se desenvolver o autoconhecimento, obtendo com o tempo, a visão correta da vida e um modo de vida mais consciente e desperto. Isso nos leverá a muitos êxitos em todos os setores da vida.
Certa vez, em meio a uma crise de fúria, desencadeada por uma contrariedade qualquer, questionei-me por que sentia tanta raiva.
Gostaria de compartilhar com o leitor minhas reflexões sobre o tema:
1ª. Abordagem
De um modo geral, quando sustentamos uma relação com as outras pessoas temos expectativas em relação ao comportamento delas. Esquecemos que elas vivem em um mundo a parte, como nós mesmos, com seus sentimentos e suas aspirações. Essa expectativa é uma ânsia de nosso egoísmo, que inconscientemente nos faz crer que as pessoas e tudo mais existem para nos satisfazer os anseios pessoais, como se o mundo girasse ao nosso redor. Os outros fazem a mesma coisa.
Quando nossas expectativas não são atendidas reagimos de diversas maneiras, seja curvando-nos na tristeza, ou rugindo como um leão enfurecido. Baseados em um ponto de vista cheio de auto-apreço, rotulamos as pessoas como “boas” ou “más”, “aliados” ou “inimigos” e etc. O fato é que para outros, uma pessoa que julgamos antipática e cheia de má vontade, é verdadeiramente um “anjo dócil e bondoso caído dos céus”, o que mostra que tudo é relativo e que inerente e invariavelmente ninguém é “bom” ou “ruim” como supomos.
Não somos o centro do universo, as pessoas também têm seus sentimentos e aspirações, e é preciso que tenhamos vontade em conciliar estas diferenças, assim, as discordâncias podem ser dissolvidas com o passar do tempo. No Budismo, entendemos que todos os fenômenos são impermanentes, logo as relações também são mutáveis.
Conclusão: Mudando o modo de abordar as pessoas e os fatos da vida (nosso padrão de ação e reação) poderemos testemunhar mudanças significativas advindo futuramente na nossa relação com o todo da vida.
2ª. Abordagem
Quando nos relacionamos com as pessoas buscamos o que nos falta, um complemento. Isto prevalece nas relações em geral. Seja na afetividade ou nos negócios, por exemplo, nos relacionamos com diferentes pessoas, e toda relação traz uma gama de expectativas.
Podemos nos conhecer através dos outros seres. O outro é, na verdade, nosso espelho. O momento da contrariedade é um momento de revelações. Se um copo espatifar no chão, ele derramará o que houver dentro dele. Quando nossas expectativas são desfeitas por circunstâncias adversas, nosso “coração partido” libera o que havia “dentro dele”. Os incidentes forçam a exposição desse conteúdo, ao contrário do que pensamos, a negatividade não vem de fora para dentro. Os incidentes com pessoas revelam o quanto ainda não nos conhecemos, uma condição ou um pretexto qualquer fazem emergir o que estava encoberto e que, cedo ou tarde, as contingências da vida fariam vir à tona.
Buda Shakyamuni ensina que ao contemplarmos as virtudes de um Buda, contemplamos nosso próprio potencial para iluminação. O que sentimos ao contemplar a imagem ou um ensinamento de um Buda é na verdade manifestação de nossa própria mente. O que sentimos ao observar esta ou aquela pessoa são igualmente projeções da nossa mente. Todo nosso patrimônio espiritual está dentro de nós mesmos, e não de fora. Ao nos relacionarmos com os demais, as relações forçam a exposição de tudo que existir em nossos corações, como raiva, ganância, calma, desprendimento, desonestidade, honestidade, arrogância, preconceito, humildade, etc.
Conclusão final: As relações interpessoais são como um conjunto de espelhos e por isso, são verdadeiras oportunidades para se desenvolver o autoconhecimento, obtendo com o tempo, a visão correta da vida e um modo de vida mais consciente e desperto. Isso nos leverá a muitos êxitos em todos os setores da vida.