Budismo: O Poder da Autoconfiança

"Cultivando Bons Pensamentos”

Se disser “eu posso”, estará com a razão.

Se disser “eu não posso”, estará com a razão também.

Você tem aquilo que acredita, vivemos no que acreditamos.

Há alguns anos Walt Disney disse que todo “seu império” começou com um camundongo. Além de dar vida a Mickey Mouse, W. Disney gerou milhares de empregos, divertiu gerações de milhões de crianças e acumulou uma imensa fortuna. Mickey nasceu da imaginação. Quem diria que um rato saído da imaginação faria tanto? Walt Disney entrou para historia do cinema por que não cultivou o conceito de “eu não sou capaz”.

Thomas Edson, inventor da lâmpada elétrica, só obteve a luz depois de centenas de tentativas. Poderia ter desistido acreditando “não ser capaz”. Quando indagado sobre “seus erros” ele dizia: “não foram erros, foram descobertas, eu descobri que aqueles elementos não servem para gerar luz.”

Edson estava certo, os erros não são fracassos, mas sim descobertas. Descobrimos o que não é bom, ou que o que não é apropriado. O processo de tentativa e erro faz parte do aprendizado. Só há algo a ser lamentado: desistir de aprender e de realizar.

Um pensamento otimista e confiante pode ser o movimento inicial para profundas mudanças no mundo. O medo paralisa nossa capacidade de agir.

As dificuldades, como todos os fenômenos, modificam-se. Esteja atento: a Lei da Impermanência vigora em tudo. Como diz a música “Como uma Onda” de Nelson Motta, cantada por Lulu Santos, “tudo muda o tempo todo no mundo”.

“Alguém perguntou a um homem que alimentava os animais de um circo, por que o elefante, um animal tão forte, ficava preso a uma frágil corda, que poderia ser rompida sem nenhum esforço. O tratador revelou que os elefantes são capturados ainda bebês e mantidos presos a uma corda da qual tentam se livrar sem sucesso. O jovem elefante faz esforços, se debate, mas não consegue arrebentar a amarra. A cena se repete através dos anos, o elefantinho, por fim, acredita na impossibilidade de fugir. Já adulto e forte não percebe que agora a liberdade não lhe custaria mais que um insignificante esforço.”

Os mesmos pensamentos trazem sempre os mesmos resultados.

Tudo que somos é fruto de repetição. Ação repetida faz o hábito.

Qualquer pensamento que repetimos, qualquer coisa que façamos repetidamente torna-se um hábito. Mudança de hábito é parar de repetir. A criação de novos hábitos é fazer repetidamente algo novo. O processo é assim: para enraizar o hábito requer repetir uma ação, até que não precise mais esforço e tudo aconteça naturalmente, como aprender a dirigir, a andar e a falar. De imediato isso requer algum esforço, depois aquele aprendizado “fará parte da gente”.

Sejamos prudentes em relação às nossas opiniões, elas podem estar “tecendo cordas” que vão nos amarrando lenta e silenciosamente...

Muita gente candidata-se a uma velhice infeliz, ao falarem repetidas vezes “eu não consigo, eu não consigo!”, repetem isso por tanto tempo que acabam realizando o que dizem.

Sabe o que é um mantra?

Mantra são palavras repetidas. De tanto repeti-las elas moldam a mente naquilo que se repete. Os mantras realmente funcionam. Existem mantras para cura, para pacificar, fortalecer a concentração e renascer no Paraíso da Terra Pura, etc. Mas nesse caso as pessoas criam sem saber seus mantras pessoais e os usam e depois não sabem por quê sofrem tanta infelicidade...

Possivelmente você conhece alguém que mantém os mesmos tipos de pensamentos por toda existência. A pessoa tornou-se rancor, ela é o rancor em pessoa, começou com um instante de raiva, mas ela não freou estes pensamentos raivosos deixou-se transformar nisto. Ou tornou-se a frustração em pessoa, sentiu-se sem êxito em algo, fez questão de manter uma visão errônea de si mesma e acabou convencida de que é incapaz.

Por décadas esse alguém tem feito e falado as mesmas coisas e acabou como o elefantinho da história, não percebendo que as coisas mudaram e com isso grandes oportunidades foram perdidas. Se há algo que podemos levar conosco ao fim da existência, são a experiência de vida e seus frutos. O restante fica por aqui mesmo.

Em geral o conceito de “eu não posso” refere-se mais a uma “impossibilidade imaginada” do que uma “impossibilidade real”, nós poderíamos realizar muito se para tanto estivermos devidamente motivados. W. Disney insistia em seu rabisco motivado pela idéia de alegrar as crianças. Sua motivação era fonte de inspiração. As pessoas só agem se sentirem convencidas a agir. Ele estava convencido que podia fazer um desenho animado. Tentava, corrigia, tentava, corrigia, por fim obteve grande sucesso.

Por que as pessoas crêem no “não posso”?

É por terem medo de mudar. Têm tem tanta fé nisso que não admitem que alguém venha abalar sua grande convicção de que “nasceu para sofrer”. O papel de vítima indefesa é muito cômodo, não requer esforço algum para vivê-lo.

Quem cultiva estes pensamentos crê que se movimentar poderá exigir algum esforço, mas vida é movimento. Observe às nuvens, os rios, as marés, as flores surgem e desaparecem. Em tudo há movimento. Estejamos convictos que se não nos movimentarmos por vontade própria, as contingências da vida forçarão as mudanças e isto pode ser muito doloroso.

Ninguém colhe resultados ao acaso, resultados consistentes surgem de raízes fortes. As melhores realizações nascem da automotivação. Se nos convencermos a agir, mantendo-nos ocupados, a alegria e a criatividade surgirão naturalmente. Se seus sonhos são nobres, não os deixe morrer...

Modificar opiniões equivocadas, crenças nocivas e maus hábitos, é possível, mas é preciso encarar o processo de tentativa e erro, não como derrota, mas sim, como um processo de autoconhecimento e crescimento pessoal.

Diante dos desafios da vida lembre-se: se sua conclusão for “eu não consigo” ou “eu consigo”, você não estará errado em nenhuma delas, pois, você sempre terá aquilo em que acreditar.