A Culpa e as Flores Murchas

A Culpa e as Flores Murchas

Observe as rosas de um jardim. Elas vivem, não fazem esforços e nem sentem culpas. Não se queixam do passado, nem se afligem quanto ao futuro, são espontâneas e naturais, por isso podem ser belas.

As pessoas e as flores partilham da mesma natureza: são compostas por terra, água e ar, e assim o fogo da vida está aceso em cada uma delas.

O sentimento de culpa é recolhimento, tortura e decadência através de uma lenta agonia. Quando as pessoas sentem raiva ou tristeza, isto não se reduz a meros pensamentos. Seus olhos, seu rosto e sua pele são raiva, são tristeza... A mente e seu corpo murcham como uma flor, antes bela, agora recolhida numa lenta agonia. Raiva e tristeza não são meros pensamentos, podem ser vistas nos seus olhos e nos seu corpo, por que quando criadas, circulam em seu sangue, infiltraram-se em seus ossos e entranham-se na sua carne.

Você, por inteiro, por dentro e por fora, é raiva ou tristeza. Absorveu um pouco da morte. Quando sente grande raiva ou profunda tristeza, você virá as costas para a vida e move-se na direção da decadência por iniciativa própria.

A flor vive sua vida, sua presença é natural generosidade, doando sem fazer força seu perfume e sua beleza. Assim quando a mente está livre de ansiedade, nossos olhos, nosso rosto e nossa existência estarão cheios de naturalidade e vida, seremos calmos e desobstruídos, naturais e verdadeiros realizando a essência humana

Para cultivar compaixão e sabedoria, é preciso mover-se entre o certo e do errado, mas são os erros que constroem esse aprendizado, ninguém nasce perito nos assuntos do mundo.

Cada momento da vida traz em si uma grande oportunidade de aprendizado e crescimento. Toda sabedoria e liberdade nascem das descobertas que só podem surgir das nossas experiências pessoais, e deter-se indefinidamente na culpa atrasa ou dificulta bastante o florescer da sabedoria e da verdadeira vida..