O Cultivo da Gratidão 
 
Valorizando os Empréstimos
 
 
Pegamos emprestadas porções de terra, água, fogo e ar para formação deste corpo, e ainda sim, poucos dentre nós lembram-se disto e cultivam gratidão pela generosidade da “mãe natureza”;
 
Durante toda existência, nosso nariz pega emprestado o ar que respiramos, nossa boca pega comida e água, das matas, terras ou dos rios, mantendo  mente, braços, pernas e todo corpo em perfeito funcionamento. Nossos pais nos protegeram, alimentaram e educaram, deixaram de dormir para que dormíssemos, deixaram de comer para que comêssemos, choraram para que sorríssemos, e ainda sim, poucos dentre nós lembram-se disto e cultivam gratidão pela generosidade e o sacrifício deles;
 
Durante toda existência, pegamos emprestados os ouvidos alheios para que nos ouçam nossas queixas e pedidos, pegamos emprestadas suas palavras para que nos encorajem, orientem e aliviem. Nossos mestres e professores compartilharam conosco preciosos ensinamentos para que aprendêssemos algo de proveitoso para usar nesta vida, e ainda sim, poucos dentre nós lembram-se disto e cultivam gratidão pela generosidade e o sacrifico deles;
 
Durante toda existência, pegamos emprestado o tempo de nossos amigos, recebendo deles atenção e afeto, e ainda sim, poucos dentre nós lembram-se disto e cultivam gratidão pela generosidade e o sacrifico deles;
 
Durante toda existência, poucos se preocupam em entender como tudo isto chegou às suas mãos. Quem entende se envergonha da cegueira que o ego causa, desenvolvendo uma mente clara e amorosa retribuindo da melhor maneira possível os benefícios recebidos, no entanto, outros, ao morrerem devolvem tudo que pegaram emprestados para formação de seu corpo e de sua existência, cheios de cegueira, egoísmo e ingratidão.
 
 
 
 
Até um cão sente gratidão, reconhece nas mãos que o alimenta e afaga um generoso benfeitor, retribui seguindo seus passos como um devotado amigo, guia e protetor. Não raras vezes esse cão, mesmo desprezado, chora cheio de gratidão a morte de seu benfeitor, como muitas pessoas não choram a perda de um pai, amigo ou irmão.