jJESUS IMEDIATAMENTE SECOU A FIGUEIRA

(Mateus 21:12 a 22; Marcos 11:12 a 14)

Jesus saía de Betânia pela manhã, sentiu fome, pois, como homem, estava sujeito às mesmas situações que nós. Olhou ao longe e viu como saciar sua fome, ao avistar no caminho uma bela figueira, repleta de folhas. Animou-se, aproximando-se viu que nela não havia qualquer fruto, apesar da aparência. Não era tempo de figos. Jesus a amaldiçoa, á vista de seus discípulos, por Lhe ter negado os frutos: “Nunca mais como alguém fruto de ti.”. E ela secou imediatamente.

Eles devem ter questionado em silêncio o fato de Jesus cobrar daquela árvore uma atitude que não estava ao seu alcance naquele momento. Eles entendiam literalmente tudo que Jesus falava, muitas vezes necessitando de explicações, porque não discerniam pelo Espírito, ainda se encontravam na carne. Mas se maravilharam com o que o Senhor acabara de fazer. Mas Jesus disse: “Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidar, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e precipita-te no mar, assim será feito; e tudo que pedirdes na oração, crendo, o recebereis.”.

No Evangelho de Marcos, cap. 10, vers. 45, Jesus explica uma entre as funções principais de sua vinda a terra: Veio para servir e não para ser servido. Infelizmente, como os fariseus, no tempo de Jesus, as pessoas adoram teorizar sobre os grandes temas da humanidade, sobre os problemas que as afetam, sem, contudo, mover "um dedinho" que seja, para minorar aquela situação desfavorável, de seu "próximo" que esteja mais próximo. Entendemos que não dá para servir a distância, sem entrar em contato com as pessoas. Não dá para servir sem envolvimento pessoal. Serviço requer envolvimento. Amor, caridade, em seu sentido intrínseco, é diferente de filantropia, que é um termo genérico.

"Não tenho tempo como deveria", "não tenho estrutura psicológica", "sou fraco para essas coisas" são as desculpas clássicas de quem não pode ou não quer abrir mão de seus privilégios, do conforto de sua cama, de sua rotina, que muitas vezes a está esmagando, tornando-a um ser inútil aos olhos de Deus e aos olhos de seu próximo. Só teremos estrutura, só seremos suficientemente fortes, nos manteremos de pé, apesar dos tropeços, se, como galhos de uma árvore, estivermos ligados ao tronco, recebendo a seiva abençoada que vem do Criador e nos faz fortalecidos para erguer os que estão caídos.

"Sem mim, nada podereis fazer..." são palavras de Jesus em João 15.5: assim, há varas que estão dando fruto e outras que não estão, por isso, temos necessidade de manter a vara limpa, para que ela dê mais fruto. Conhecemos a consequência na vida de quem não está frutificando. Ela serve para ser lançada no fogo e queimada. E, se estamos dando fruto, Jesus fez um alerta em: João 15.2: "Toda vara em mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto". Lembremos-nos da passagem de Jesus, onde o Mestre, cansado e faminto pediu à figueira que lhe desse um fruto e ela se negou, razão por que Jesus a amaldiçoou para que ela secasse e nunca mais frutificasse.

Podemos extrair lições desse episódio: Primeiro, pertencemos a Cristo para darmos frutos para Deus (Rm 7.4). Segundo, a inexistência de frutos espirituais no crente comprova que não pode permanecer no meio do povo de Deus, portanto, é desarraigado de Cristo. Jo15: 2. As obras não salvam somente Jesus salva, conforme preconizam as Escrituras, mas fomos formados e talhados para as boas obras, para andarmos segundo a vontade de Deus e se não estivermos fazendo parte do Reino, nossas obras serão mortas. Primeiro temos de buscar o Reino, para que nossos frutos sejam verdadeiros. Terceiro: a fé remove montes. Os discípulos se maravilharam com algo que, com fé, também poderiam fazer e esse recado é para todos nós.

Num mundo em que as pessoas gostam de serem servidas, Jesus nos apresenta um caminho melhor. Um caminho tão necessário para esta geração do EU em primeiro lugar. “Isso me convém”, “isso me interessa”, “aquilo vai ser bom para minha vida”, “isso pode me trazer algum ganho moral ou material" e por aí afora.

Jesus propõe algo revolucionário: Seja servo. Dê de si mesmo para os outros. Coloque a mão nas feridas e alivie o outro da coceira ou da dor, lave o chão, cozinhe, lave os pés daquele que está impossibilitado de fazê-lo. Uma palavra falada na dose certa, no momento oportuno... Isso não diminui ninguém, nem o torna menos importante. Jesus lavou os pés dos Apóstolos e o fez com amor e doação. É muito fácil amar o belo, os bem-nascidos, os "perfeitos" perante os olhos humanos, os de boa cabeça, os privilegiados da sorte, difícil é amar os menos favorecidos, fazer algo pelos desprivilegiados da sorte, os pequeninos de Deus. Mas imprimindo fé em tudo que se faça, pois sem a fé incondicional em Deus nada faz sentido.

À luz disto, eu entendo porque, embora sejamos uma geração de pessoas tão voltadas para si mesmo, que pensamos tanto em si, somos infelizes. Por que será? Enquanto não nos dermos por inteiro, sem amarras, sem preconceitos, com todo o amor de que é possível ao ser humano, como reflexo da bondade do Deus vivo, seremos vítimas de nosso próprio egoísmo: essa torre de marfim, esse invólucro de cristal que nos põe a salvo do mundo, a serviço dos prazeres pessoais mundanos...

Lutamos ainda pelos primeiros lugares, mas a alegria duradoura só é alcançada, quando descemos do pedestal e passamos a servir. É no serviço ao outro que encontramos realização. O serviço voluntário, o dar sem esperar nada em troca é a base da nossa verdadeira humanidade e felicidade. O servir tem as suas recompensas. Uma delas é a alegria. Servir faz bem para saúde e para o coração.

Há uma grande diferença entre “ser salvo” e tornar-se “discípulo de Jesus”. A primeira é que a salvação é de graça, mas a vida de discípulo tem um preço. Muitos querem apenas a salvação, mas não desejam seguir a Jesus como Ele ordenou.

O instrumento aferidor para saber se alguém é discípulo de Cristo é o amor: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35). Portanto, coração e mãos à obra de Deus, com muita fé e confiança, naquele que promete e realiza maravilhas no viver de cada um que acredita!