Mudança de Vida

Introdução. Ao receber Jesus como seu Senhor e Salvador (Jo 1:11-12), o crente passa a pertencer à família de Deus (Jo 17:16; Ef 2:19; Fp 3:20), o que vai implicar em uma mudança radical no seu modo de viver, haja vista que, doravante, o seu objetivo de vida passa a ser o fazer “a vontade de Deus” (Mc 3:35). Essa é uma reflexão sobre algumas das mudanças que a vida cristã requer na vida de um crente em Deus (Rm 12:1-2).

1. Nossa filiação. Irmão de Jesus. Filho de Deus. Concidadão dos santos. A primeira mudança que ocorre na vida de um crente diz respeito sobre a sua filiação. Ao virmos ao mundo somos filhos de Fulano de Tal e Beltrana de Tal, nossos pais na carne. Jesus, por exemplo, era o filho de José, o carpinteiro e de Maria, irmão de Tiago, José, Judas, Simão e tinha irmãs (Mt 13:55; Mc 6:3). Esse é o nosso primeiro nascimento. E enquanto vivíamos apenas sob essa filiação, espiritualmente éramos considerados “filhos da desobediência” (Ef 5:6), “filhos do Diabo” (Jo 8:4) e, nessa condição não podíamos ver ou entrar no reino de Deus (Jo 3:3, 5). As nossas iniqüidades nos separavam de Deus e os nossos pecados impediam que Ele nos ouvisse (Is 59:2).

Então nós ouvimos a pregação da Palavra de Deus (Rm 10:17), reconhecemos a nossa condição de pecador e de condenado à perdição eterna (Rm 3:10-12, 23) e cremos naquela Palavra que nos dava uma nova oportunidade de vida, caso nós recebêssemos a Jesus como Senhor (2 Co 6:2). Manifestamos publicamente a nossa fé (Rm 10:9). E, como consequência, cremos que naquele momento o Espírito Santo de Deus veio habitar em nós para sempre (Jo 14:16; 1 Co 3:16; 6:19; Ef 1:13), porque naquele momento nós fomos feitos filhos de Deus (Jo 1:11-13), através de um processo de adoção (Rm 8:15; Ef 1:5). E assim, de fato nós nos tornamos filhos de Deus (Gl 3:26; 1 Jo 3:2). Herdamos uma nova filiação, um novo nome (Ap 3:12), uma nova família (Ef 2:19), uma nova Pátria (Fp 3:20), um novo Pai e um novo Deus (1 Ts 3:11). Doravante passamos a viver como filhos da promessa (Gl 4:28).

2. Nossa vida. Antes de pertencermos a Jesus a nossa vida era limitada a uma quantidade de anos. Os primeiros homens viveram muitos anos e morreram. Adão viveu 930 anos (Gn 5:5); Ismael viveu 137 anos (Gn 25:17). Moisés escreveu um salmo onde diz que os dias da vida de um homem são setenta ou oitenta anos (Sl 90:10). E em Hebreus 9:27 se diz que aos homens está ordenado morrer uma vez e que depois disso vem o juízo.

A partir de nossa entrega a Jesus, tudo deve mudar. Agora nós seremos novas criaturas (2 Co 5:17). Passaremos a ter uma expectativa de vida eterna (Jo 5:24; 10:28). Já não viveremos para agradar a nós mesmos, mas para agradar ao nosso Senhor (Gl 1:10; Ef 6:6; 1 Ts 4:1). Não andaremos na carne, mas no Espírito (Gl 5:16). Procuraremos desenvolver uma vida espiritual, produzindo os frutos do Espírito (Gl 5:22-25). Abster-nos-emos de toda manifestação do mal (1 Ts 5:22). Amaremos ao próximo (Rm 13:8, 10). Iremos nos preocupar com os demais membros da família (Gl 6:10) e com as pessoas que ainda não participam do mesmo tipo de vida que nós (1 Tm 5:8). Pregaremos o evangelho a todos, desejando alcançar o máximo possível de pessoas (Mc 16:15). Oraremos pelas autoridades (1 Tm 2:1-3), por aqueles que não gostam de nós (Mt 5:44; Tg 5:16). Enfim, deveremos viver para servir aos demais (Gl 6:2) enquanto nos dedicamos a tudo o que tiver boa fama (Fp 4:8). Essa nova vida cristã não é fácil e exige muito esforço e disposição para mudar. Mas acima de tudo exige uma entrega completa ao Senhor da mudança (Mt 11:12; 12:11; At 24:16). Jesus diz para nos esforçarmos (Lc 13:24), mas ao mesmo tempo diz que devemos buscar Sua ajuda, poorque, no fundo, é Ele mesmo o único autor da verdadeira mudança (Mt 11:28-30).

Conclusão. Vemos assim que a mudança é necessária, mas que não é fácil mudar, principalmente se tentarmos fazer isso sozinho, com nosso próprio esforço. Somente Deus pode mudar definitivamente o nosso modo de viver. Pessoalmente, poderemos até tentar e é provável que nós consigamos ter grandes avanços, mas do mesmo modo que mudarmos para melhor, também, por qualquer motivo, poderemos mudar novamente para o pior. Só Deus faz a mudança definitiva em nossas vidas (Mt 6:27; Lc 12:25).

Que Jesus nos abençoe e nos ajude a transformar a nossa vida para que nós possamos compreender qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12:2).