Budismo Zen: A Abelha e as Flores


Outro dia olhava as abelhas perambulando por um jardim, pousando eventualmente nas flores. Percebi que quando uma abelha pousava em alguma flor, dela extraia o seu néctar. As abelhas não pousavam em vão. Ao pousarem, levavam consigo a essência das flores: seu doce e precioso néctar. 

As flores são um presente do jardim para as abelhas e beija-flores .
Para nós seres humanos, cada momento, cada dia, são como flores, dádivas da vida para cada um de nós. Feito abelhas, nossa existência é curta, perambulamos entre os dias, como as abelhas voam entre as flores. O tempo passa...

Cada momento, cada dia são presentes que cada um de nós recebe, e representam oportunidades que poucos sabem aproveitar. Não há um momento desprovido de significado, um dia que não contenha possibilidades. Passar pelos dias sem lhes extrair o “essência da vida”, é como viver em vão. Não há flores sem néctar! Sempre há algo que não soubemos aproveitar, uma lição desapercebida, oportunidades desperdiçadas, relações mal vividas...

Flores em que “pousamos” e não soubemos valorizar o precioso néctar. Não existe um dia melhor que o outro. As flores possuem colorido diverso, mas todas contém o investimento dos céus em si mesmas, ofertando a todos os seres um espetáculo de beleza e possibilidades mal percebidas...

Amigos, ramalhete de delicadas flores;
Relações afetivas, rosas perfumadas, cheias de encanto;
Relações profissionais, flores com aspectos diversos, algumas com espinhos...
Nossos dias, um canteiro mal cultivado;
Nossa existência, imenso jardim...

A vida nos concede um tempo para nos relacionarmos com as flores, é certo que inevitavelmente, após expirar este tempo elas murcharão.Ao acordarmos pela manhã, voamos outra vez mais, muitas vezes sem rumo por paragens ignoradas.
Se cada instante da vida correspondesse a uma flor, mesmo estas páginas carregariam consigo uma bela e misteriosa essência...