NÓS NUNCA GANHAREMOS O MUNDO PARA JESUS
"Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros." João 13:35.
Dias atrás eu ouvi um comentário de uma pessoa não crente que dizia a respeito dos cristãos: "Ô povinho dividido!"
Fiquei muito pensativo sobre esta frase e bastante preocupado com o retrato que nós, cristãos, estamos passando ao mundo.
Foi-se o tempo em que éramos a religião que mais crescia no mundo, quando o Cristianismo se alastrava de forma tal, que parecia um incêndio em campos secos. Nada podia deter aquela expansão. Hoje em dia, parece-me que o crescimento acompanha muito mal o crescimento populacional.
As ovelhas já não estão procriando como deveriam e percebe-se que os pastores, em sua maioria, não mais as levam a pastos verdejantes. Existe um ufanismo de crescimento quantitativo que é pura falácia. As igrejas se enchem aos borbotões e dão a impressão de estar vazando pelo "ladrão", de tanta gente que chega para ouvir as boas novas. Existem igrejas para todos os gostos: as tradicionais, históricas, pentecostais, neopentecostais, com fogo, sem fogo, que dança, que não dança, enfim, basta você escolher uma que mais lhe agrade e passar a frequenta-la. Dizem, inclusive, que já somos o maior país evangélico do mundo, celeiro da humanidade e que daqui sairão aqueles que irão resgatar a propagação da Palavra de Deus.
Mas ainda fica na minha cabeça aquela frase: "Ô povinho dividido!" É muito estranho ouvir isso e examinar as Escrituras e ver a afirmação que Jesus faz: "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros."
Cadê o amor? Quando eu não suporto aquele que fala em línguas ou aquele que não fala? Cadê o amor quando eu acuso aquele que não oferta ou até aquele que não dizima? Cadê o amor quando os doentes ficam só e abandonados nos hospitais ou em suas casas? Cadê o amor
quando os presos estão nas masmorras e quando multidões caminham direto para o inferno e eu fico na minha zona de conforto como se nada disso fosse realidade? Não existe mundo espiritual: é cada um per si e se eu ver alguém dependurado à beira do precipício, o maior favor que eu faço é pisar-lhe na mão e ajuda-lo a cair.
Nos países africanos as pessoas estão morrendo de fome aos milhares, centenas de milhares e porque não dizer, aos milhões, e eu, no alto conhecimento de Deus digo que a culpa é somente deles por não professarem a mesma fé que a minha. Eu os escravizei durante séculos
roubei-lhes os sonhos, a vida e fi-los sofrer de forma inimaginável, cantando em meus templos "quão bondoso amigo é Cristo".
Hoje, eu vejo acusações mútuas das diversas facções daqueles que se dizem representantes de Deus na Terra e a soberba tomando conta do seu comportamento, cada qual preocupado em trazer para perto de si a brasa que asse a sua sardinha, deixando apodrecer as outras
ou, se for possível, queimando-as.
"E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim." (Mateus 24:14). A Palavra de Deus diz que os anjos gostariam de pregar as boas novas que Jesus veio para resgatar os perdidos, mas foi dado a nós esta responsabilidade.
Da maneira como estou vendo as coisas eu acredito que está quase na hora (se já não passou), de voltarmos prá Deus e dizer-lhe sinceramente: "Senhor, nós não conseguiremos cumprir esta missão. NUNCA CONSEGUIREMOS PREGAR O EVANGELHO A TODA CRIATURA continuando a ter este comportamento. A tua igreja faliu."
Qualquer heresia ou qualquer movimento que seja mais coerente do que os cristãos irá prosperar e levar sua mensagem aos rincões mais longíquos existentes. Basta ver o islamismo, budismo e outros "ismos", como que competindo com a Igreja do Senhor.
Apesar de tudo eu ainda creio que, tal qual aconteceu com Elias, ainda exista um remanescente fiel.
KIDGOSPEL
18/09/2011