NÃO JULGUEIS




Sempre que julgamos alguém, sempre que comentamos, maldosamente as falhas de alguém, sempre que achamos que alguém precisa mudar, sempre que achamos que precisamos ajudar alguém a mudar à força, estamos querendo dizer que somos superiores a esse alguém. Nós nos julgamos tão bons que achamos por bem que o outro seja igual a nós. Se o outro não aceita ser moldado por nós, sentimo-nos amargurados.

É muito mais fácil, mais espontâneo, mais inteligente mudar nosso próprio comportamento, nossa maneira egoísta de agir, nossa mania de querer carregar às costas, aquilo que chamamos de “defeitos”, de problemas dos outros, de querer o outro mudado. O outro tem que ser mais santo, mais trabalhador, mais culto, diferentemente vestido..., mas sempre o outro, porque eu já sou; sou o melhor, o mais culto, o mais estudioso, o mais esperto, o mais caridoso.
Aliás, as vezes até a caridade que fazemos é apenas para mostrar que somos os melhores, mas, bom seria que fosse por compaixão real, por Amor Incondicional tendo por único interesse, servir. Estas atitudes podem ser até inconscientes, daí a necessidade da volta do antigo, mas eficaz exame de Consciência, ou feedback, no fim do dia. É claro que devemos ser “MAIS...”, MAIS TOLERÂNCIA e o resto viriam por acréscimo; concretizaríamos, sendo tolerantes, desde uma amizade até a paz mundial.
Todo tipo de guerra, tanto as familiares, as grandes matanças, os holocaustos, têm seu início em mentes intolerantes que vão espalhando suas idéias para outras mentes em caos, e aí , o planeta inteiro entra em perigo.

É intolerância de raça por raça, de cor de credo de vestimentas, de comida, de condição social... que Jesus tenha misericórdia!

Quando praticamos a TOLERANCIA, sabemos respeitar a liberdade do outro, o seu momento, a sua medida, o seu tempo de florescer, sem querer moldá-lo a nossa própria imagem e semelhança. Mudar alguém, não compete a nós; é trabalho da própria pessoa. Devemos, sim, ensinar limites à criança, pois o adulto tem o livre arbítrio e SABE quando está certo ou não.

Querer modificar alguém é querer um outro “eu”, é despersonalizar, é querer dirigir, é querer liderar, é criticar o próprio Criador que a tudo fez num tempo determinado e que Ele próprio respeita o tempo de florir de cada uma das Suas criaturas (Ecl 3).

VIVA E DEIXE VIER!

PRÁTICA

não se permita comentar as falhas dos outros; procure em todos, em tudo, o seu ponto positivo. Até mesmo ratos e morcegos que metem medo a muita gente (eu sou uma), têm papel importante no equilíbrio natural.

deixe para cada um a tarefa de melhorar a si próprio. Nunca tente mudar alguém só porque suas maneiras lhe desagradam, mas veja o que há de errado em você e modifique-se. Sempre que não aceitamos alguém e queremos modificá-lo, estamos tirando a chance de Deus agir conosco ou estamos, inutilmente, ditando o que Ele deve fazer. (Paises já sofreram tanto por causa de ditadores...). o próprio Satanás “virou” Diabo por querer liderar à força. 

cultive a paciência em sua própria casa e consigo mesmo. Muitas vezes, podemos cair na tentação e exigir dos filhos ainda pequenos, tarefas que nós próprios não queremos fazer. Não se permita jogar às costas, principalmente da criança, as responsabilidades das suas preguiças, dos seus fracassos. Faça junto com a criança a tarefa que quer lhe ensinar. 

Cultive a disciplina consigo mesmo. Não busque disciplinas extraordinárias como os sacrifícios corporais, mas apenas aquela disciplina que deve cultivar no desempenho das suas tarefas diárias.

Não se faz penitências infantilmente; fazer penitência é uma questão de amor, de ter piedade, compaixão do sofrimento de Jesus e de unir-se a Ele na Sua dor.