O fim da fé

A Palavra de Deus apresenta a conversão como sendo um novo nascimento, não mera alegoria, isso se dá, de fato. Não se trata de ensino isolado, antes, corroborado em muitas passagens.

Pedro aconselha aos salvos: “Desejai ardentemente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo.” (I Ped 2; 2) Paulo por sua vez, observa: “quando eu era menino falava como menino…” (I Cor 13; 11) Já em Hebreus, encontramos o que segue: “O alimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” (Heb 5; 14)

Vemos então, nos textos citados, o recém-nascido, o menino e o varão perfeito. Isso posto resulta uma questão: Como é possível identificar a idade espiritual de alguém? Não o tempo decorrido, mas o crescimento alcançado.

Diferente da vida física que é mensurada pelos ciclos da natureza, o viver espiritual se pode aferir pela liberdade de consciência que cada um atinge em Deus.

O recém-nascido vive a dita anomia, ausência de lei e seu agir se dá de maneira meramente instintiva; daí carece ser conduzido pela mão. Sua consciência está “do lado de fora” nos conselhos de alguém maduro.

O adolescente espiritual vive a heteronomia (hetero- do grego, outro e nomos, lei) uma lei à partir do outro; onde as ações são pautadas pela aparência. O que outros vão pensar conta mais que o que Deus quer.

O jovem atinge o que se pode denominar socionomia. Consciente que as implicações dos seus atos se refletem sobre o grupo no qual se insere, vive um estágio de maior responsabilidade. Seu senso de grupo o constrange a certos atos corretos.

O homem maduro, o varão perfeito, atinge a autonomia. Não vive sem lei, tampouco age para agradar os outros ou por mera conveniência coletiva; antes, sua consciência em Deus, a escala de valores morais do Espírito pautam o seu viver. Embora autônomo em relações horizontais, é servo, em face de Deus.

Aí reside a meta Dele, no novo pacto. “Esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Nas suas mentes imprimirei minhas leis, também sobre os corações as inscreverei; eu serei o seu Deus, eles serão o meu povo. E não ensinará jamais, cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão dizendo: Conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão…” Ainda que os sevos possam formar uma sociedade, cada um deve ter relação pessoal com Deus. (Heb 8; 10 e 11)

Contrário, pois, a um mero exercício ritual, um teatro de aparências, ou rigor legalista, o anelo de Deus, é a purificação de nossas consciências no Espírito, porque, “O Sangue de Cristo que pelo Espírito Eterno, a si mesmo ofereceu sem mácula a Deus, purificará nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo.” (Heb 9; 14)

Afinal, o que parecemos ante os outros, pode formar uma imagem; o que somos, perante Deus, identifica um caráter e direciona uma eternidade.

“Preocupe-se mais com sua consciência que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é; sua reputação, o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles.” (Bob Marley)