O "EIS-ME AQUI!" NOS LEVA AO "IDE"

...”Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei e quem há de ir por nós? Disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” Isaías 6: 7 e 8.

Isaias foi chamado e comissionado por Deus, e a profecia era o ministério de sua vida. Prontamente, aceitou a tarefa que, desde o princípio, parecia inútil: advertir e condenar os que contrariavam a Deus e anunciar o nascimento de um salvador, o Cristo, 700 anos antes do cumprimento dessa profecia. Levemos em conta que se tratava de um povo que era extremamente incrédulo e rebelde. Ele, de antemão, conhecia o peso da ordenação divina: Sabia que enfrentaria um vespeiro e que não seria mesmo fácil, mas não se deteve diante dos obstáculos.

“Disse, pois, Israel a José: Não apascentam os teus irmãos junto de Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. E ele respondeu: Eis-me aqui.” Gen. 37:13.

Jacó determina a seu filho José que busque pelos seus irmãos, não sabendo que se desenhava a sua saga de sofrimentos, abandono, escravidão, calúnia, perseguição... Foi jogado numa cisterna, vendido como escravo para o Egito conheceu prisões, verdadeiras masmorras, até que Deus cumpriu os Seus propósitos na vida dele e de seu povo. José chegou a ser o segundo homem em importância no Egito, apenas o faraó ocupava um posto mais importante. Isso porque não recuou diante das adversidades que lhe foram apresentadas.

“E vendo o Senhor que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés. Respondeu ele: Eis-me aqui.” Êxodo 3:4.

O clamor dos filhos de Israel subiu até o Pai. Esse chamado de Moisés significava abandonar seus projetos pessoais de se estabelecer em Midiã, enfrentar a fúria e a dureza do coração do faraó, brigar pela libertação dos judeus do Egito, caminhar com um povo ignorante e rebelde pelo deserto por longos quarenta anos, questionado até por sua própria família!

Uma pessoa apenas conhecida como o filho da filha do faraó ter de regressar ao Egito e ser aceito como um profeta de Deus! Não era pouca coisa, não! A dureza do coração do povo e a desobediência e infidelidade daquela gente, transformou uma caminhada de quarenta dias em uma jornada de quatro décadas. E Moisés não recuou, seguiu com o povo até que se avistou a terra de Canaã, a Terra Prometida.

“Disse então Maria. Eis aqui a serva do Senhor, cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.” Lucas 1:38.

Não foi um convite tranquilo na pacata vida de Maria. Num tempo em que a mulher não era valorizada, surge alguém, noiva, sem que o noivo nada soubesse, e se diz grávida, por obra e graça do Espírito Santo! Não era a tarefa indicada para qualquer pessoa, mas para alguém que Deus escolheu porque conhecia muito bem! E ela não titubeou, embora soubesse de antemão que nada seria fácil!

Quanta humilhação e quanta desconfiança enfrentou em sua própria família! Quanta renúncia, quanta dedicação e aceitação dos planos de Deus, para, ao final, ver seu filho executado entre ladrões, humilhado como um reles ser humano!

Antes de qualquer coisa, era uma mãe presenciando uma morte cruel de seu amado filho, alguém em quem não havia culpa, nem dolo algum, sem que nada pudesse fazer humanamente para impedir! Todo chamado exige resposta até mesmo, uma confrontação entre o que chama (Deus) e o que é chamado (qualquer um de nós). Envolve dúvidas, diálogos, incertezas, obediência e desobediências. Todos os chamados ocorrem em meio a crises.

Quando recebemos uma missão é que percebemos que não somos tão capazes e poderosos como pensávamos, daí a necessidade de que Deus seja conosco como o foi com todos que se apresentaram ao serviço. Notamos que o “Eis-me aqui!” nos leva ao “Ide”! Não adianta se prontificar, sem tirar o pé do lugar e o corpo do assento confortável. Interessa-nos saber que é o Senhor quem capacita desde o princípio, somos o instrumento, mas a obra é dele!

Não adiantou e não adianta dizer ao Senhor que envie outro, a missão é endereçada a cada um de nós individualmente. Resta-nos pegar o bordão e caminhar, sem olhar para trás. Deus é com nossa boca, nos capacita para a obra, nos apresenta a rocha e nos instrumentaliza com o cajado que faz verter bênçãos nas nossas securas espirituais e nos multiplica as forças na imensidão de nossos desertos.

Deus não chama à missão homens perfeitos, ele precisa de pessoas que se aperfeiçoam no seu amor, e na sabedoria de Seu Espírito, através da fé que gera perseverança. Apesar de nossas dificuldades, dúvidas, medos e indecisões, Deus nos chama o tempo todo e “aquele que ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo.”Ap.3:20. Esse é um excelente convite e excelente começo. Não tema!