Não fume no ônibus

“O qual nos tempos passados deixou andar todas as nações em seus próprios caminhos. Contudo, não se deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações.” Atos 14; 16 e 17

Esse discurso feito por Paulo aos habitantes de Listra, na província de Licaônia na Ásia menor, foi após a cura de um paralítico e o povo local ter considerado ele e Barnabé, dois deuses, Mercúrio e Júpiter. Somos homens como vós, bradou rasgando as vestes, e apontando para o Criador, disse as palavras supra.

Segundo seu inspirado argumento, Deus deixou os povos andarem cada qual em seus próprios caminhos, e, ainda assim, graciosamente os abençoou.

Mas, advertiu, chegou a hora em que deveis, dessas vaidades, (deuses falsos, ídolos) vos converterdes ao Deus vivo.

Na verdade, uma relação em que Deus permita a cada qual escolher seus próprios caminhos, e ainda abençoe, é o “sonho de consumo” de todo pecador.

De certa forma, assim é, no que tange às coisas temporais. O Salmo 73 apresenta a decepção de um santo, Asafe, ao ver os ímpios mais “abençoados” que ele. E do ponto de vista material, podemos identificar diversos casos, olhando ao redor.

Todavia, as bênçãos propostas por Paulo, eram de teor espiritual, eterno, que demandam outro tipo de relação com Deus; e, só os que estabelecem esse laço, podem desfrutar.

Enquanto cada povo vivia do seu jeito, Deus disse a Abraão: “...Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.” Gen 12; 1 O Caminho proposto ao patriarca já não era arbitrário, antes, seria mostrado por Deus.

Desde que O Eterno chamou Abraão, tanto ele, quanto a nação de Israel que dele descendeu tiverem bênçãos especiais, e responsabilidades também. Mediante Isaías, Ele disse achar normal a idolatria dos povos ignorantes, todavia, contra Israel, disse: “Porém tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi descendência de Abraão, meu amigo;...” Is 41; 8

Então, aquilo que pode ser tolerável lá fora, não é entre o povo de Deus. Aquele que pretende andar à Sua sombra, O terá como protetor, ou adversário, não há meio-termo, como disse o mesmo profeta: “Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63; 10

Caminhar com Deus demanda concordar com Ele, ou, ficar do lado de fora. “Andarão dois juntos se não estiverem de acordo?” Am 3; 3 Sempre que há desacordo, uma parte tem que mudar, para superar o impasse; como “em Deus não há mudança nem sombra de variação”, resta mudarmos nós.

Frequentemente pessoas que estão fora de uma relação espiritual saudável com Deus, (isso quer dizer, segundo Sua Palavra, não o modismo gospel vigente) os de fora, digo, querem arbitrar como deve ser a postura dos que usufruem comunhão com Deus.

Façamos uma breve ilustração: Imaginem embarcar em um ônibus de linha qualquer; nele existem certas regras, tipo: não fumar, na abusar de aparelhos sonoros, na assentar no banco que foi locado a outro passageiro, não incorrer em obscenidades, não falar com o motorista, etc...

Ninguém é obrigado a embarcar nele, mas, uma vez feito isso, está sujeito a essas regras, caso queira viajar. Por outro lado, em ônibus de excursões, por exemplo, muitas dessas regras não vigem, reina certa balbúrdia, em face da relação social dos que viajam junto.

A Igreja do Senhor, com I maiúsculo, é um ônibus de linha. Instruções bem claras deixadas pelo “Motorista” que conduz à estação eterna. Ninguém é obrigado a crer, tampouco fazer parte dela, todavia, se o fizer, terá que ser nos Termos de Deus, ou seja: Sua Palavra. “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” Sal 119; 105

Por certo é mais divertido viajar no ônibus da excursão, mas, para onde ele vai?

“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;” Mat 7; 13

“Tem que haver coerência entre o pensamento, as palavras e as atitudes. Senão, pensar pra quê?” Edith Vaz de Araújo