Pronto socorro de almas e de gente

(realismo fantástico)

Em alguns recantos da cidade grande, ou nas vilas afastadas, lá nas periferias, existem pronto-socorros para socorrer pessoas carentes. Seres fragilizados, derrotados pelas intempéries do tempo e pelas lutas travadas durante uma vida inteira, ou já de várias encarnações anteriores. São “farrapos humanos”, restos de vida. Seres, que mal se arrastam, más ainda estão presos a um “corpo” carnal humano. Pessoas que pedem, e necessitam de ajuda alimentar ou espiritual, pois seu corpo humano necessita de alimento, sua alma necessita alimento.

São corpos e almas famintos, recebem ajuda. É que existem equipes de voluntários, pessoas caridosas que se dispõem a ajudá-los levando proventos como: alimento, sopa pão, calçados, roupas, verduras, frutas, legumes, (às vezes um pouco passados), más ainda em bom estado de conservação, recolhidas de alguns estabelecimentos como as grandes redes de supermercados. Para quem está faminto, socorre as necessidades.

As equipes de médicos do corpo, são voluntários que curam as feridas, reumatismos, tumores, aleijões, quebraduras cicatrizes, cegueiras, surdez, anemias. Causados pelo abandono, fome, e maus tratos desses pobres seres humanos. Os médicos da alma cuidam de acolher, acalentar, acalmar, proteger, envolver, perdoar essas almas sofridas, errantes... Más... Esses médicos são também pessoas que estão em condições quase iguais às daqueles seres....

São profissionais liberais, advogados, defensores, servidores públicos, professores, dentistas, engenheiros, donas de casa, taxistas, comerciantes, e etc. São pessoas comuns, às vezes com alguma deficiência física e da alma, ou uma limitação financeira... Pouco podem fazer, ficando penalizados ao ver seu próprio flagelo, que em pouco se difere do que aqueles outros estão passando.... Uma vez que tudo é relativo e passageiro.

“São milhares de pronto-socorros espalhados por todos os cantos das grandes metrópoles, Porém, aqueles que necessitam esse socorro são milhares também”.

---“Quase não damos conta de atender todos, isso por causa da nossa própria condição humana e frágil”. “Ás vezes temos até uma condição material um pouco melhor que a deles, só que nossa condição espiritual requer cuidados, socorro e acolhimento urgente para sentir mos animados e fortalecidos para socorrê-los”.

E,... Os postos/pronto-socorros estão lá! Bem longe, na periferia precisando de voluntários para prestar ajuda a esses irmãos, caídos, que choram, gemem, rangem os dentes até que alguém, um dia os venha socorrer (curando) sua “sede e fome” material e espiritual, feridas e chagas.

“Só é possível fazer uma “leitura” desses irmãos e sua condição, para quem se “despe” de sua condição humana, passando-se para aquele outro lado, (o lado deles), compartilhando de sua condição de Irmãos na matéria leve, então, pode-se, assim como eles, vivenciar de seu “estado”...

(Narrado por Irmão Dante)

Direitos autorais reservados no Escritório de Direitos Autorais sob o nº 576-645 Livro 1-101 Folha 218 Em 03 /10/2012 RJ.

Arnaldo Leodegário
Enviado por Arnaldo Leodegário em 27/02/2013
Reeditado em 01/11/2013
Código do texto: T4162562
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