FILIPE ENSINA A PALAVRA AO EUNUCO

É necessário pregar, é fundamental levar a Verdade aos sedentos, para que outros sejam tocados e venham a Jesus. Maria, nossa personagem, como tantos outros, era aperfeiçoada, dia após dia. Atitudes e maneiras que denotavam ser outra pessoa; gestos e escolhas que falavam por si, impressionando a todos que a conheciam antes de receber Jesus como seu suficiente Salvador e Senhor.

Certo dia, o anjo do Senhor ordenou a Filipe que descesse pelo caminho que vai de Jerusalém a Gaza. Encontrou-se com um homem, eunuco, mordomo-mor da Rainha de Candace, responsável por toda a riqueza daquele reino.

O enviado de Deus normalmente é dotado de um espírito fortalecido, é disposto para a obra, é aquele que "lança mão do arado e não olha para trás". Filipe era um servo que não deixava para depois o mandado de Deus, indo onde fosse necessário, sem saber o que iria encontrar pela frente.

Inicialmente, podemos observar que se tratava de uma pessoa importante. O eunuco era, mal comparando, um Primeiro Ministro de um governo, porém, não estava contente, buscava por algo mais, não se sentia pleno como pessoa humana, espiritualmente falando.

Naquele dia, voltava de Jerusalém, onde fora adorar e foi visto por Filipe quando passava por ali. O Espírito também determinou que Filipe se chegasse a ele. Aproximou-se e o viu lendo o livro de Isaías. Filipe perguntou-lhe se entendia o que estava lendo.

Esse fato é interessante, porque, realmente, de nada adianta ler por ler a Palavra, sem buscar entender o significado, o contexto, muitas vezes, repetindo como um papagaio, sem se deter no que diz, como um cego conduzindo outro: "Como vou entender, se ninguém me ensinar?"

Como muitos poderão ser conduzidos a Cristo, se não há quem as ensine? E há tantos que estão sedentos pela Palavra, se encontram destituídas da graça de Deus, porque almejam mas não se acham merecedores e permanecem na escuridão do pecado.

A passagem que o eunuco lia falava do sacrifício de Jesus, quando levado à morte e todas as circunstâncias que envolviam aquele terrível e temível ato de desamor humano. Mas ele ansiava por saber mais, queria entender se aquele profeta falava de si mesmo ou de outro.

Aquele homem, bem sucedido na vida, fora adorar em Jerusalém, mas ainda não tivera um encontro pessoal com Jesus. Buscava nas Escrituras, respostas para seus vazios, suas tribulações de alma, talvez para sua solidão, enfim, o preenchimento de seu coração: o elo de ligação entre si e o próprio Deus, pois, "ninguém vem ao Pai senão por mim", disse o próprio Cristo. Jo 14:6.

Em Cristo há liberdade e libertação e é essa a liberdade que o Evangelho nos concede, de alçar voos espirituais, de sermos alcançados e aperfeiçoados pelo Espírito Santo e dEle recebermos os dons para os colocar também a serviço de outros.

Descendo os dois ao ribeiro, o eunuco quis algo além: "Eis aqui água; o que impede que eu seja batizado?"

Filipe concordou que fosse ele batizado, porque o eunuco cria, do fundo de seu coração, que Jesus realmente é o Filho de Deus e por Ele desejava viver.

Quando saíram da água, Filipe foi arrebatado. O outro, por sua vez, seguiu alegremente seu caminho, não mais como aquele ser incompleto, mas como quem se plenificou no encontro pessoal com o Cristo de Deus.

Filipe foi para Cesareia buscar outros necessitados, ensinando e pregando o Evangelho do Reino a toda a criatura, que também deve ser a principal missão de todos que se rendem aos pés de Jesus.

Podemos, não apenas por obrigação, mas, por necessidade espiritual, algo em nós que clama por levar a Palavra de Deus àqueles que estão sedentos, carentes, para cumprirmos o mandamento divino. Isso é um privilégio para quem se reconhece como um filho de Deus.