FIM DA RAZÃO e O Começo da Fé

“Só sei que nada sei” – Sócrates

Temos muito que aprender na vida, mas para conhecer algo, devemos partir do princípio de que não sabemos, ou melhor, devemos admitir isso. (Humildade)

O sofrimento dá fim à razão, porque não existe uma resposta lógica que a satisfaça completamente.

Jó questionava a Deus, querendo saber o porquê de ser tratado daquela forma. Pedia a Deus que o dissesse por qual dos pecados cometidos padecia. Você sabe qual foi a resposta de Deus? Ele fez várias perguntas a Jó, as quais só cabia uma resposta: Não sei.

Observe algumas perguntas que Deus fez a Jó no capítulo 38, eu as modifiquei um pouco, mas o sentido é o mesmo:

1 – Onde você estava quando criei o universo?

R – Não sei.

2 – Quem deu o tamanho exato da terra?

R – Não sei.

3 – Quem primeiro a fez girar?

R – Não sei.

4 – Por que o mar não ultrapassa seus limites?

R – Não sei.

5 – Quando foi que surgiram as nuvens?

R – Não sei.

6 – E a luz, qual sua origem?

R – Não sei.

7 - Quantas estrelas existem?

R – Não sei.

Então Jó, diante de Deus, disse (Jó 40.4):

“Eis que sou vil; que te responderia eu?

A MINHA MÃO PONHO NA MINHA BOCA”

Em outras palavras: “Eu fico calado”. Como diz um hino: “Questiona ou adora”.

Elifaz, Zofar, Bildade e Eliú tentaram defender Deus das “acusações de Jó”, mas quanto mais argumentavam, mais erravam (Jó 42.7). Hoje também existem muitas teologias que procuram defender Deus. Assim erram os que argumentam, pois a resposta ao sofrimento não está:

1 – Na Soberania de Deus;

2 – Nem na justiça de Deus;

3 – Nem no acaso – isto é, o sofrimento é completamente

sem sentido;

Deus não revela ao indivíduo o motivo específico de cada sofrimento que o afeta, contudo sabemos que o sofrimento atinge a humanidade, de um modo geral, por causa do pecado de Adão. Isso é inquestionável para quem acredita na Bíblia.

O sofrimento não traz a razão específica, mas sempre deixa um para que. Jesus tinha que dar uma resposta a seus discípulos sobre o sofrimento de um cego: “Quem pecou, este ou seus pais para que nascesse cego?” (Jo.9.3) Jesus respondeu: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus”. Jesus não respondeu o porquê de Deus deixá-lo sofrer assim, mas respondeu para que Deus o deixou sofrer de cegueira.

Para que estou sofrendo? Para que Deus se manifeste em mim. Por isso Paulo disse: “Tenho prazer no sofrimento” - “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte”. (2 Coríntios 12:10). Isso não é gostar de sofrer, é gostar de ver Deus glorificado. Muitos ao sofrer perdem o privilégio de glorificá-lo. Faço aqui uma simples comparação com minha experiência pessoal. Tenho tanto prazer de ler, como não tenho outro tempo, eu me acordo muito cedo para isso. Às vezes ficou muito cansado e posso dizer que sofro, mas tenho tanto prazer, que me esforço para desfrutar destes bons momentos. Isso não é gostar de sofrer, é gostar de ler.

Jó poderia dizer assim: Eu não sei o porquê de Deus deixar Satanás matar meus filhos, nem de perder minha riqueza, nem de ficar doente e gemendo de dor, mas sei dizer uma coisa - “Antes do sofrimento, eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem”. (42.5)

Realmente, conhecer a Deus é o mais fascinante projeto de vida.

Natan Viana

Carregando a minha cruz

NATAN VIANA
Enviado por NATAN VIANA em 06/11/2013
Reeditado em 06/11/2013
Código do texto: T4558497
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