ESTAÇÕES

Os nimbos pesados prenunciam tempestades!

A fonte da vida está voando lentamente.

A vida cria asas quando invade o espaço.

Cá embaixo os estratos se desintegram,

anuviam os olhares, mesmo assim se movimentam.

Pequenos cirros se dispersam; teremos luz.

Teu inverno é uma estação, nada mais que isto.

E o que dirás se tudo for primavera?

Porventura não te enjoarias das cores?

Além do horizonte, outros vivem um inverno.

Alguns desfrutam dias de sol; as estações pertencem

à natureza. Todos estamos dentro delas.

Este azul é a cor dos teus olhos, sonho de consumo.

Teus olhos negros, os dias escuros.

Tuas tristezas, os estratos que te tomam o corpo.

Os cirros, as lágrimas que velozmente dançam no

corpo de tua atmosfera.

Virtuose sejam os teus dias em todas as estações!

Cada estação tem sua cor. Cada olhar vê um matiz.

Cada vida, um breve tempo.

Pingos de água, pingos de lágrimas, fazem a enchente.

A vida é uma tempestade de alegria, e uma erosão

forte como o trovão a quebrar tua vidraça nos dias tristes!

Sob o calor de um raio na flor de tua vida, tudo finda.

Pedro Simao Rocha Matos
Enviado por Pedro Simao Rocha Matos em 28/10/2014
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