O MENDIGO

O MENDIGO

Um homem estava recostado na escadaria de uma grande catedral. Ele tinha o olhar triste e terno; parecia enxergar através das pessoas que desfilavam à sua frente.

O homem usava roupas surradas e seus sapatos estavam em frangalhos. Para muitos não passava de um miserável mendigo com seus poucos pertences aos seus pés.

As pessoas passavam por ele e o olhavam com nojo, procurando se afastar o máximo possível, como se ele tivesse uma doença contagiosa.

As pessoas passavam por ele. Passava um advogado arrogante e pensava no seu íntimo que andarilhos como o homem não deviam existir, pois com a lei ao seu lado poderia eliminar tais pessoas da sociedade.

O politico famosos e bem arranjado na vida tinha planos para limpar a cidade de pessoas daquele tipo.

Os comerciantes ricos da cidade não o queriam por perto porque poderiam prejudicar seus negócios.

Jovens adolescentes e até crianças olhavam-no como se fosse um intruso na paisagem urbana. Uma cidade limpa não precisava de manchas como aquela na porta da grande catedral. Pensavam.

A beata toda empoada, perfumada e bem vestida passava por ele com olhares de asco, banhava se de água benta na porta da igreja e ia dedilhar seu interminável rosário de ladainhas, sentindo se salva na sua idolatria às estátuas de barro.

Passavam pelo homem o padre, pastores, ministros de várias denominações religiosas e todos apenas observavam com pesar seu lastimável estado físico, mas sequer uma palavra lhes dirigiam.

A cidade toda estava enfeitada para as festas de seus ídolos e uma escória da sociedade era o que menos importava.

Cada qual queria viver seus momentos de felicidade e que o próximo se arranjasse sozinho.

O homem na escadaria observava tudo com pena, afinal as pessoas do local davam valor extremo para as aparências e para os bens materiais de cada um.

O povo do local gostava de serem reverenciados como o faziam os escribas e fariseus dos tempos antigos.

As horas se arrastavam por todo o dia e o homem sempre meditando, observando na riqueza dos homens e mulheres a pobreza de espírito. As pessoas passavam vazias, preocupadas com outro dia.

No fim do dia o homem se levanta, com seus passos lentos, mas seguros dirige-se para o centro da praça.

] De uma mala encardida ele tira uma bíblia de capa preta e, após uma breve oração começa a pregar com grande eloquência e autoridade. Fala das belezas da criação, da importância do perdão e do amor ao próximo.

O homem fala do filho amado de Deus que morreu na cruz para a salvação da humanidade e do quanto Ele nos amou mesmo nós não sendo merecedores desse grande amor.

O homem pregava com ternura, o homem pregava com sabedoria.

Já agora um grupo de pessoas se formava ao lado, umas desconfiadas outras curiosas.

Algumas dessas pessoas foram tomadas em seu intimo pelas palavras. Movidas pelo arrependimento houve gente que aceitou a Jesus enquanto outras chegavam à lágrimas analisando suas vidas carregadas de iniquidades e pecados.

Pelas palavras do andarilho almas foram salvas e novas condutas iniciadas a partir daquele instante.

O objetivo do pregador foi atingindo, pelo menos para algumas pessoas da cidade o evangelho tocou fundo nos corações.

Ao fim da pregação o homem elevou mais uma oração, abençoou a assistência e se foi.

O suposto mendigo não era mendigo era um servo fiel de nosso Senhor. O homem era um missionário que levava as boas novas de Jesus para todas as localidades por onde passava.

Queridos irmãos, infelizmente na nossa sociedade existem pessoas que olham para as aparências. Valorizam as belas vestimentas, o ouro e a prata.

Paparicam os ricos e famosos e esquece-se que num simples vaso de barro rústico possa existir tão grandes tesouros ou o mais fino dos perfumes.

Faz se acepção de pessoas e para muitos o ser humano é respeitado e valorizado pelas posses que tem.

Vamos nos lembrar sempre que fazer acepção de pessoas é uma atitude condenável aos olhos do Pai.

Observem o que diz em Tiago capítulo 2 , versículos 2 a 4:

“Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com vestidos preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido vestido;

E atentares para o que traz o vestido precioso, e lhe disserdes: Assenta-te aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado,

Porventura não fizeste distinção dentro de vos mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?”

Que todos nós possamos olhar para nosso próximo como irmãos e sermos receptivos procurando ser sempre hospitaleiros.

“Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo hospedaram anjos”.(Hb 13:2)

A graça e a paz sejam com todos os irmãos. Amém.

Guilhermino, 22 de julho de 2016 com a graça de Jesus.

Guilhermino
Enviado por Guilhermino em 23/07/2016
Código do texto: T5706920
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