Santos, Pecadores.

“Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias.” Eclesiastes 7.29

Talvez, um dos maiores equívocos que cometemos é nos identificarmos como pecadores. É possível que seja uma falsa aparência de piedade, ou até mesmo falta de entendimento, pois uma vez que Cristo nos resgatou do pecado, não somos mais pecadores, pelo contrário, somos marcados pelo sangue de Jesus como santos. A palavra “santo” significa separado, ela tem sua origem no antigo testamento, pois haviam alguns instrumentos destinados ao uso dos rituais realizados no templo, e tais instrumentos eram separados para o culto a Deus, de maneira que não podiam ser usados para outro fim. Então, tendo como base tal explicação, quando me refiro ao termo “santo” não estou mencionando as imagens que supostamente representam esta ou aquela pessoa, mas sim o ato de sermos separados por Deus para sua boa obra, pois assim diz o apostolo Paulo: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” Ef 2.10.

Quando Deus nos criou, conforme diz o texto de Eclesiastes, ele nos fez retos, entretanto, nós, como humanidade, nos rebelamos contra Ele...“Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos” Rm 5.19. Portanto, apesar do fato de termos sidos criados retos, caímos em uma condição de pecadores. Contudo, uma vez tendo sido resgatados do poder das trevas, não somos considerados mais como tal, e sim santos. Santos com a possibilidade de pecar, por isso a ordem estabelecida no título: Santos, pecadores. A ordem não poderia ser inversa, pois quando dizemos que somos santos, não estamos nos referindo a um ato de santidade, mas sim em nossa essência, aquilo que somos, e desta forma excluímos a possibilidade de nos rotular como pecadores, ainda que por ventura venhamos a pecar.

Desta forma, podemos compreender o que João nos diz em sua carta ao declarar: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” 1 Jo 1.10, ou um pouco mais adiante, em 1 Joao 3.6 “Todo aquele que permanece nele (Cristo) não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu”. O pecado na vida do cristão não pode ser aquilo que o define, antes, ele já é definido como santo, e foi o próprio Senhor quem disse “Eu sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis santos, porque eu sou santo [...]” Lv 11.44. Ser cristão é ser santo.

Em Cristo Jesus, amém.

Marcelo Junio.

Marcelo Junio Silva
Enviado por Marcelo Junio Silva em 19/11/2017
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