Sob o véu da mentira

"... não podes conservar como amigos aqueles que te puseram ali, pois estes não podem ser satisfeitos como pensavam." O Príncipe de Maquiavel.

"Meu povo perece por falta de conhecimento." Os. 4:6

Vivemos uma nova etapa no Brasil, irmãos e irmãs. A dança das cadeiras acontece diante de nós! Mas a Igreja sabe onde se assenta o nosso Deus. Estamos assentados com Ele nas regiões celestiais. Ef. 1:3

Viveremos sob um governo ecumênico, plural, pacificador, que vai tentar agradar a todos, inclusive à Igreja. Essa vai ser a nova tônica. Todos comendo à mesa do Rei.

Se com Bolsonaro, a linguagem era direta, simples, agressiva, desconcertante e por vezes mal educada, agora viveremos a época das sutilezas, até onde for possível, é claro.

Da perspectiva de Deus Ele quer salvar tanto Lula quanto Bolsonaro!

Desculpem-me , se não vou agradar a todos, mas no governo de Bolsonaro algumas denominações evangélicas comeram à mesa do rei, agora chegou a hora do rodízio, outras ocuparão o lugar das que perderam. Simples assim.

Entre os políticos a engrenagem da coisa pública funciona na base de troca de favores. No começo: flores, mas como sempre acontece, em menos de um ano então, começarão a se digladiarem entre si.

Sempre foi e será assim. Se alguns nunca leram o livro o Príncipe, de Nicolau Maquiavel, ele explica como funciona o poder: aliados hoje, inimigos amanhã. Mas o povo fiel do Senhor não precisa ler Maquiavel para entender o que Deus nos diz na sua Palavra, em Jr. 17:5 "Maldito o homem que confia no homem." E quem já é mais velho como eu, vivemos o bastante para ver como funciona a política no Brasil.

Muitos cristãos estão preocupados com a perseguição à Igreja. Ela sempre ouve e agora será velada e sutil.

Evangélicos representam votos a mais; votos ganham eleições! A igreja será alvo, como sempre foi, de oportunistas, agora mais do que nunca.

O que me assusta é como muitas igrejas fizeram o povo acreditar que a solução para o Brasil seria um presidente evangélico.

Assusta-me ver o povo de Deus perguntar: " E agora?", como se dependessem de um candidato, não de Deus.

O inimigo infiltrou primeiro a política partidária dentro da Igreja. Escolher um candidato e se posicionar não é pecado. O perigo está na Igreja militar uma causa que não é sua. Somos cidadãos, mas militamos a boa luta com joelho no chão, com armas espirituais. Devemos ser a consciência de uma nação pecaminosa. Governos vão e vêm, mas Aquele que está assentado no trono nunca passa. Tiago 27 diz: "A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo."

Sim, Bolsonaro perdeu por inúmeras razões óbvias. Se ele ganhasse seria por um milagre! Mas Deus não permitiu o milagre. Votei nele sim! Jamais votaria em Lula, ponto. Nossa participação, neste episódio da nossa história como cidadãos termina aqui com o segundo turno. Demos a césar o que é dele, agora prossigamos rumo a uma nova etapa.

Manifestar publicamente é válido, mas sabendo separar o sagrado do profano, o espiritual do que é meramente social, embora um esteja ligado ao outro. Esclareço que não fui em manifestações, jamais fui em passeatas pró ou contra qualquer governo. Esse assunto daria outro texto...

O crente fiel sempre guerreou. Guerreamos o tempo todo: contra a carne, contra o pecado, contra nós mesmos. É tempo de guerra, e guerra para o crente é na intimidade, no lugar secreto. Discernimento será a arma do crente vitorioso. E vitorioso não quero dizer que seja aquele que tem mais seguidores, que dá entrevista na Globo, que tem muito dinheiro no banco, que pula e grita na igreja ou no show gospel.

Refém das narrativas ou livres pela Palavra de Deus

"O que vês, Jeremias? E eu respondi: Vejo uma vara de amendoeira. Disse o Senhor: Viste bem, pois velo sobre minha palavra para a cumprir." Jr. 1:11

Outra coisa que me choca, é perceber a ingenuidade de muitos cristãos por não terem discernimento com notícias falsas.

O servo fiel sabe onde buscar informação segura. Quem fica refém da nossa mídia, jamais ouvirá notícia verdadeira.

O Espírito Santo é a fonte mais segura para nos conduzir em tempos onde tudo é coberto pelo véu do interesse.

Revelar é tirar o véu. Só receberemos a revelação do que realmente está acontecendo nos bastidores do Brasil e também em nossas vidas pessoais, quando nos derramamos perante o Senhor.

Sem querer criticar, mas penso que a Igreja precisa voltar ao básico e deixar o triunfalismo de lado. Não me sinto na posição de criticar, mas de pregar o evangelho. Estou muito ocupada tentando vencer minhas próprias tentações.

Agora sim, precisamos orar pelo destino do país. A lua de mel do palanque dura muito pouco, precisamos de muita força para o que virá.

Cristãos maduros e que conhecem os tempos proféticos em que vivemos conseguem detectar o agir de Deus mesmo no meio do aparente caos. Quando olhamos sob o olhar profético, vamos além.

O que Deus fará com o que está acontecendo é o que interessa à igreja fiel. Deus conduz até a ira humana para o desfecho que Ele mesmo já escreveu e preparou para aqueles que o amam e o obedecem. Salmo 76:10: "Certamente a cólera humana redundará em teu louvor; o restante da cólera tu o restringirás."

A raiz da palavra 'amendoeira' no hebraico é 'vigilante' e a raiz hebraica para 'amêndoa' é apressar-se. Além disso a amendoeira é a primeira árvore a florescer depois do inverno, em Israel. Ela indica a mudança da estação.

Jeremias viu sob a perspectiva de Deus, não de seu próprio sofrimento. A vara é o homem, fala de nós, como vigilantes, olhos postos na eternidade, mas os pés no chão. Vivemos uma vida dupla: uma escondida em Jesus, embaixadores de Cristo, a outra como cidadãos brasileiros.

Jeremias foi tido como traidor por enxergar os fatos sob a perspectiva de Deus. Jeremias sofreu por ser povo de Deus. Anunciou a volta dos cativos antes mesmo do cativeiro começar. Assim é a igreja fiel, vitoriosa, mesmo em meio ao sofrimento. Ela sabe qual seu papel e seu lugar no mundo.

Vigiemos sobre os acontecimentos! Tudo está se encaminhando para o desfecho que o Pai preparou.

Este é o tempo que o Senhor escolheu para pregarmos o Evangelho que é a boa notícia. Penso sermos mais felizes que Jeremias, pois ele foi portador de notícias tristes, nós da boa nova do Evangelho.

Vamos falar de vida e não apenas de vida que se atesta com uma carteira de identidade e se encerra com um atestado de óbito. Somos cidadãos do céu, cuja vida não acaba com a sepultura.

A amendoeira é a primeira a florescer depois do inverno, assim nós, ressuscitaremos para a vida eterna.

Vamos proclamar que o Rei dos Reis se assenta num alto e sublime trono, não em palácios humanos onde habita mentira, corrupção e jogo de interesses. Vamos falar da pedra rejeitada, Jesus, disponível agora como Salvador, mas que virá no seu poder julgar todos os tronos humanos. Falaremos do juizo que virá sobre as nações! Agora mais do que nunca precisamos orar pela nação.

A igreja fiel chora como Jeremias chorou pelos seus pecados e pelo pecado da nação e proclama em alta voz a mensagem do seu Senhor: "Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor, pensamentos de paz e não de mal para vos dar o fim que esperais." Jeremias 29:11