(Meditação Salmo 19)

Ao ler o salmo 19;1-14 O salmista fica estupefato pela grandiosidade do universo, obra das portentosas mãos do Criador. Sente-se constrangido diante de tanta harmonia e beleza do Cosmos. Reconhecendo a infinitude do Criador. É com se ouvíssemos uma orquestra sinfônica, ouvindo um recital de múltiplos instrumentos. No primeiro momento, o salmista descreve a grandiosidade do cosmos com a regência do Todo Poderoso. Sua soberania excede muito além do sol e a terra; depois em notas mais fortes, apresenta nos versos subseqüentes a perfeita lei do Senhor e os resultados da aplicabilidade dessa lei ; não como um fardo obrigatório, mas como um refrigério para alma trazendo sabedoria divina, alegrando o coração e iluminando os olhos.

De repente, em plena melodia, é como se ouvíssemos um toque de trombeta em um portentoso alarido no meio da orquestra ressaltando a harmonia da orquestra. No espaço intermitente, uma suave harmonia num som parecido de violinos acompanhado por milhares de vozes, em que há uma afirmação melodiosa: “Mais desejáveis que o ouro... Sim, do que muito ouro fino... Mais doces que o mel, do que o mel que goteja dos favos.” Há uma pausa na orquestra divina... (vers10) Ali começa a experiência do salmista, que deve ser a nossa experiência diária. Devido a essa afirmação o salmista sente-se admoestado sem censuras impostas, apenas pela sua sã consciência em que experimenta a riqueza e a doçura dos benefícios da presença divina em sua vida.

Sabe que, ao guardar a lei de Deus, há uma recompensa, ele quer transmitir essa beleza usando como metáfora o paladar do gosto de mel nos destilar dos favos, que há palavras para exprimi-la. O que vem no seu coração é uma reverencia e uma introspecção de sua própria condição. Ele faz um questionamento:

“Quem pode entender os próprios erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos. Também da soberba guarda teu servo, para que não se assenhoreie de mim; então serei sincero, e ficarei limpo de grande transgressão”. (11- 13)

Surge no pedido de Davi, uma atitude de quebrantamento numa petição sincera. Tudo que ele quer é obter resposta a uma pergunta: como devo servir as pessoas em forma de elogios e palavras que vão servir de impacto na vida delas, para que de alguma forma elas sejam tocadas e assim experimentar a Sua presença?

Eis a oração do salmista: “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Oh Senhor, Rocha minha e Redentor meu!” Vers 14

Eu creio que essa oração é um pedido que o salmista fez, para experimentar essa graça divina de ser um canal de bênçãos para as pessoas que se aproximavam dele, para que de alguma forma experimentassem a grandiosidade de Deus através de sua vivencia e fossem impactadas por isso. O Salmista estava consciente da postura que ele deveria ter para fazer essa petição. Ele preparou o seu coração para que estivesse no prumo devido verticalizado em direção a Deus para que tivesse essa experiência. Se quisermos que Deus atenda as nossas petições precisamos fazer como se tudo dependesse de nós e aguardar como tudo viesse de Dele.

Alguns princípios inegociáveis que aprendemos nesse salmo:

1)- A lei do Senhor é perfeita (Vers 7) (Guarde os mandamentos)

Devemos obedecer as leis de Deus; Não como um fardo a ser carregado, mas, sim, com disciplina, esmero, cuidado em observá-la. Ao estarmos na presença de Jesus através da oração, devemos assimilar a atitude da mulher que derramou o ungüento sobre a cabeça e enxugou com seus cabelosos pés de Jesus. Um frasco deperfume caríssimo .( Mateus 26:7; Jo 12:1-6) da mesma forma ao derramar-se diante Dele em devoção , devemos adora-lO sem reservas, amando Sua palavra; o perfume, que é o melhor de cada adorador, deve Sr derramado sobre Ele.

O Odor dessa ação espalha-se por todo o lugar em que se ache, desperta nos outros o cheiro do Seu conhecimento, e ao mesmo tempo ficamos impregnado pela fragrância da adoração. Ame a palavra de Deus, nunca a despreze e nem a considere antiquada, ela será sempre a palavra de Deus, viva e imutável, e é nela que estão inseridos os mandamentos do Senhor; a lei Dele é perfeita, e o refrescor de sua mensagem alivia a alma refrigerando-a como bálsamo de um perfume caríssimo;(Jr 8;22)

2)- O Testemunho do Senhor é fiel (vers 7) (Viva o testemunho de Deus)

Ouça a voz dos mártires, leia a história dos heróis da fé... Escute! Preste atenção nos pais da igreja e no lugar que eles tombaram, se pudéssemos colocar um epitáfio no tumulo de cada um poderíamos colocar a seguinte frase em que todos concordariam: “Deus é fiel”. Nenhum dos seus testemunhos são falhos; seus relatos, nos trazem a verdadeira sabedoria. Quer ser uma pessoa esclarecida? Seja inteligente... Mas se desejas algo mais que inteligência, procure a sabedoria divina... Ela ultrapassa a lógica humana, ela vai além... As pessoas precisam de decisões sábias, portanto, se você buscar os testemunhos de Deus os encontrará nas centenas de personagens da história bíblica que proclamaram por aqui enquanto viveram: “Deus é fiel” Por que eles procuraram a essência da vivencia humana, a sabedoria divina, .

3)- Os preceitos do Senhor são retos (Ame seus preceitos eternos)

Jovialidade perene... Todos procuram a pedra filosofal da eterna juventude, mas aqui está o segredo, creia nisso. Os preceitos do Senhor são retos! Um preceito é concebido como um comando ou proibição de realizar uma determinada ação ou omissão. A norma contém uma forma abstrata, ou seja, a descrição do fazer ou não fazer determinada coisa. Quando a Bíblia ensina que algo não deve ser feito e se quebra tal preceito sempre resulta em desarmonia. O que deve ser compreendido é que a total obediência aos preceitos resulta em jovialidade, beleza interior; como saúde física. Quando os preceitos do Senhor são obedecidos, sempre resulta num coração alegre e a Bíblia diz: “ um coração alegre aformoseia o rosto” (Provérbios 15;13). A simpatia, a beleza interior reflete um espírito puro e isso impressiona aqueles que não possuem tal beleza interior que reflete pelo lado da fora transferindo pela face o brilho da glória de Deus. Em Moisés tal glória era tão forte que ele precisava cobrir a face com um véu. Quando ele recebeu os dez mandamentos e os preceitos do Senhor para entregar ao povo de Israel, seu rosto brilhava. No final dos seus dias não conheceu os dissabores da velhice.

4)- O temor do Senhor é limpo (Tenha o temor de Deus)

O temor do Senhor é o principio da sabedoria. Ter temor de Deus não é ter medo de Deus, mas zelo por estar constantemente em Sua presença. Não existe lugar em que Deus não esteja. Portanto todos os lugares em que estamos, Ele se faz presente. Isso independe de sentir ou não Sua presença, pois Ele está ali. Essa consciência da presença divina, gera um temor, ser observado pelos olhos do Todo Poderoso o tempo todo, e seus ouvidos estarem atentos ao som de minha voz, porque inclinou para mim os Seus ouvidos. Essa perpetuidade da presença divina em gera o nós gera o temor, o zelo, o respeito, a consideração. O que é mais importante: Permanece para sempre. Jesus disse: “Eis que estou convosco todos os dias...”(Mateus 11;28). Como tabernáculo no deserto; a sombra do Todo Poderoso te cobrirá e a noite o fogo divino aquecerá para te preservares do frio do deserto. Andarás solitário, porém nunca estarás sozinho, Pois Ele te sonda e te observa todos os teus caminhos.

5)- As ordenanças do Senhor são verdadeiras (Viva a verdade de Deus)

O que é a verdade? Verdade é a realidade. E a tua realidade é Deus em ti. Essa é a verdade. Tudo que Deus É e sempre será na sua vida a verdade absoluta. Suas ordenanças são verdadeiras e não tem como ser iludido. Jesus disse: “E conhecereis a verdade e ela vos libertará.” (Jo 8:32) Ela nos libertara de toda a escravidão imposta pela ilusão e a mentira. Tudo que não corresponde a verdade divina não está nas ordenanças Dele. As ordenanças do Senhor são verdadeiras e plenamente justas. Deus nunca fica devendo nada a ninguém. Ele não é credor e nem cobrador. Ele apenas sustenta a nossa vida pela força do Seu amor.

Pedro Luiz Almeida