Em nossa vida, muitas decisões precisam ser tomadas. Com efeito, levando em consideração a regra existente, antes de virmos ao mundo, nossos pais escolheram um ao outro e resolveram constituir família e deliberaram gerar filhos, e diante da confirmação da gravidez, gastaram bom tempo escolhendo-nos um nome, preparando o enxoval e, uma vez nascidos, continuaram escolhendo o tipo de educação, a escola mais adequada e assim por diante. Escolhas são decisões que devemos tomar quando existem duas ou mais alternativas diante de nós. Se temos somente um caminho não podemos falar em  alternativa, aliás usamos a expressão: “Não tenho outra escolha.” Obviamente, as decisões têm importância diversificada em nossas vidas. Escolher que camisa vou vestir hoje não tem a mesma importância que a escolha de alguém com vou me casar ou qual a carreira profissional que devo abraçar. 

Muitas pessoas não gostam de tomar decisões e essa omissão não deixa de ser uma decisão já que a pessoa acaba decidindo não tomar decisão alguma, ou seja, prefere ficar em cima do muro. Muitas vezes, o medo, o receio, o temor, a insegurança, acabam interferindo para que as decisões não sejam tomadas ou acabem postergadas. Isso é natural quando representa certa dose de cautela, mas não pode significar um estado de eterna indisposição para decidir algo que precisa ser decidido. 

O tempo conspira contra os indecisos. Muitas pessoas partem desta vida e levam consigo para a sepultura livros que sempre pensaram em escrever, mas adiaram reiteradamente a decisão de escrevê-los, projetos que nunca saíram do papel, enfim, idéias que nunca se materializaram. Não raramente vemos surgir no mercado algum lançamento de algo que já havíamos pensado, mas cuja idéia ficou apenas numa fase embrionária.
 
É preciso decidir. Mas decidir bem não é algo que ocorre espontaneamente, é fruto de um aprendizado sobre a utilização de nosso intelecto. 

Nas páginas sagradas, no velho testamento, temos a história de Naamã, general do exército sírio, pessoa cujo nome quer dizer agradável, porém, acometida de lepra. Ele se deslocou de seu país até Samaria onde estava o profeta Eliseu e, por não ter sido recebido pelo profeta de Deus, ficou irritado e nem queria dar ouvidos à recomendação de que deveria mergulhar sete vezes nas águas do rio Jordão. Ele decidiu-se pelo não atendimento, todavia, foi demovido de sua desobediência quando um dos seus servos assim ponderou: Se o profeta tivesse pedido algo difícil você não faria ? Então, porque não fazer o mais fácil ? Ele foi convencido de que estava radicalizando em virtude da antipatia gerada por causa da atitude do profeta em não recebê-lo da forma que ele pensava que deveria ser recebido. O fato de ter atendido o profeta, fez a diferença, pois ele foi curado da lepra. Quando falo na utilização do intelecto, não estou afirmando que as nossas decisões devem corresponder à uma operação mental adstrita à lógica, ou que afaste as decisões que impliquem na existência de fé. 

Mesmo as questões que envolvem fé, necessitam, antes de tudo, da utilização de nossa mente. Sim, a bíblia diz que “a fé vem pelo ouvir”. Ora, o termo ouvir não tem o mesmo significado de escutar, pois todos os animais tem ouvidos, entretanto, podemos colocar o mais inteligente deles perto de Billy Grahm e a fé nunca virá a eles. Obviamente, que o indivíduo começa a ouvir a Palavra de Deus e começa a conjecturar sobre aquilo que está ouvindo e o Espírito Santo, por sua vez, o convence de que aquilo que está ouvindo é uma verdade, apesar de não fazer sentido à sua razão. 

Em suma, o indivíduo tem certeza de que aquilo que aceitou em seu íntimo contraria a ordem natural das coisas, mas recebe-a sem questionamento em razão da fé. Mas se a fé é o firme fundamento das coisas que uma pessoa espera, a conseqüência dessa firmeza é a tranqüilidade pessoal quanto ao objetivo a ser alcançado. 

A conduta mais adotada é a de transferir a decisão para outrem. Ora, enquanto o indivíduo é criança, essa transferência não se revela tão prejudicial, afinal, a criança depende exclusivamente dos pais e dos que a cercam, todavia, devem ser ensinadas gradativamente - à medida que o tempo vai passando – a tomar decisões, caso contrário, serão sempre superdependentes e até desenvolverão o medo de decidir. 

Imagine um casal que precisa tomar decisão sobre determinado assunto familiar, por exemplo: disciplina dos filhos e um cônjuge entende que o outro é quem deve decidir o que fazer a respeito. A criança, apesar de seu intelecto pouco desenvolvido, consegue notar a ausência de disciplina e a limitação e isso pode leva-a a desenvolver um comportamento prejudicial a si mesma e a marcará para o resto da vida.

Para terminar, pode ser angustiante, mas existem certamente algumas coisas que você tem que decidir. Peça sabedoria a Deus para decidir bem e tenha certeza de que agindo assim, jamais se arrependerá de suas decisões.