A PÁSCOA - Rememorando os passos do Mestre Amado no que antecede a Sua Ressurreição

Seus ensinamentos sobre a porta estreita e a larga...

Amados – entrou Jesus a dizer-lhes, com mansidão extrema – não tomareis o caminho largo por onde anda toda gente, levada pelos interesses fáceis e inferiores; buscareis a estrada escabrosa e estreita dos sacrifícios pelo bem de todos. Também não penetrareis nos centros das discussões estéreis, à moda dos samaritanos, nos das contendas que nada aproveitam às edificações do verdadeiro reino nos corações com sincero esforço. (...) (cap.5)

Naquela ocasião, as recomendações de Jesus foram ouvidas ainda por algum tempo (...) Depois quando o povo se afastou, Judas da cidade de Kariote, (...) em termos respeitosos e resolutos, inquire ao Mestre:

Senhor, os vossos planos são justos e preciosos: entretanto, é razoável considerarmos que nada poderemos edificar sem a contribuição de algum dinheiro.

Jesus:

"No entanto, Judas, embora eu não tenha qualquer moeda do Mundo, não posso desprezar o primeiro alvitre dos que contribuirão comigo na edificação do reino de meu Pai no espírito das criaturas. Põe em prática a tua lembrança, mas tem cuidado com a tentação das posses materiais. Organiza a tua bolsa de cooperação e guarda-a contigo; nunca, porém, procure o que ultrapasse o necessário."

Senhor, a bolsa é pequenina, mas constitui o primeiro passo para que se possa realizar alguma coisa... disse Judas

Jesus fitou-o serenamente e retrucou em tom profético:

"Sim, Judas, a bolsa é pequenina; contudo, permita Deus que nunca sucumbas ao seu peso!" (cap.5)

A última Páscoa de Jesus, seu martírio...

Chegava a Páscoa, que era a comemoração feita pelo povo judeu, quando comemoravam a sua libertação da escravidão do Egito, libertos que foram por Moisés, após 40 anos de escravidão e foi instituída ao tempo de Moisés, há mais de 1.300anos AC.

Comemoravam com rituais: sacrifícios de animais e seus sangues esborrifavam em si mesmos e em seus familiares, nas portas de suas casa, era sinal de purificação...

Jesus manifestara o desejo de comemorar a Páscoa com seus discípulos, pois sabias que seria a sua última Páscoa com eles e pediu que a preparassem, dando-lhes certas orientações (local onde e como fazer) e lhes disse:

“Tenho desejado ansiosamente comemorar convosco esta Páscoa, antes da minha paixão.”

E tudo é preparado, e acontece a entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém, pois é recebido com grandes festejos, que impressionam aos sacerdotes, por esse motivo resolvem achar um meio de prender a Jesus, “por engano” (falso testemunho).

Jesus havia chegado a Jerusalém sob uma chuva de flores; o povo o recebeu com gritos de “Hosanas, ao Rei dos Judeus!”

Atapetaram o caminho para Jesus passar, foi homenageado pelo povo que parecia adorá-lo, mas em seguida aceitam as sugestões dos espíritos inferiores e dos sacerdotes, e o condenam à cruz ultrajante. Escolheram, para a liberdade, um assassino: “Barrabás.”

Aqui vemos a fragilidade do coração humano...

Na sua última ceia com seus discípulos faz graves revelações: “Um deles O iria trair e Pedro o negaria três vezes antes que o galo cantasse.”

Em seguida, cinge seu corpo com uma toalha como os escravos e põe-se a lavar os pés dos seus discípulos, Pedro não aceita e Jesus diz a famosa frase: “Aquele que quer ser o maior, seja o menor de todos.”

Deixando como exemplo para nós que a grandeza de uma alma não se apóia em atos materiais, sim nos bons exemplos que dá...

Após a ceia, segue ao Monte das Oliveiras, para orar, e lá surge Judas, que Ele recebe dizendo: “A que viestes, Amigo?” Trazia a tropa de soldados e acontece o famoso beijo de Judas...

A partir desse momento começa o seu Calvário de dores.

O Justo, aquele que nada tinha para responder sofre para nos ensinar pela renúncia e amor como alcançar a evolução do Espírito, dando sua vida por nós...

É preso, Pedro tentando protegê-lo, desembaia a espada e ataca um soldado, Malcon, e corta-lhe a orelha, a que Jesus diz: “Pedro, guarda tua espada, pois aquele que matar pela espada, pela espada morrerá.” E em seguida toca a orelha do soldado, cicatrizando-a...

Segue com os soldados e seus discípulos aturdidos e assustados fogem, se afastam de Jesus com medo de serem preso, e esse ato, depois, vai fazê-los sofrer profundo arrependimento.

Sem proferir a mais leve acusação, caminha humilde, coroado de espinhos, sustentando nas mãos uma cana imunda com se fosse um bastão, usado pelos reis, vestido com a túnica da ironia, sob as cusparadas dos populares exaltados, de face sangrenta e passos vacilantes, sob o peso da cruz, vilipendiado, submisso.”

É pedido a Simão, da cidade de Cirene, que O ajude a carregar a cruz, ao que ele diz: Não posso...mas, intimidado pela chibata do soldado vem ajudar e caminhado ao lado de Jesus, admira-se de sua calma, mansidão para alguém que é julgado de um crime e percebe que energias benfazejas partem dele e seu olhar emite muito amor...Diz a Jesus: Senhor, peço-lhe desculpas, não que eu não quisesse ajudá-lo, é que deixei em casa, antes do raiar do dia, ao sair para o trabalho no campo, minha filhinha muito enferma e temo não chagar a tempo de encontrá-la com vida.”

Jesus: “Não temas, ela está bem.” De volta ao lar sua filha o vem receber, completamente curada, lembrou-se de Jesus e a partir daí, torna-se seu seguidor, um cristão...

No momento do Calvário, Jesus atravessa as ruas de Jerusalém, como se estivesse diante da Humanidade inteira, sem queixar-se, ensinando a virtude da renúncia por amor ao Reino de Deus, revelando por essa a sua derradeira lição.

Ainda, na cruz, olha para o povo e diz no seu instante derradeiro: “Pai, perdoa-os, pois, não sabem o que fazem.”

Quando Jesus expira na cruz infamante, toda a natureza se revolta, o dia se torna em noite, raios cortam os céus, a terra toda treme e todos fogem assustados, grande medo se apodera do povo...

Judas se desespera, por ter sido traído pelos sacerdotes, que o usaram para prender Jesus... Ele O amava muito, mas, se perdera por seu desejo de grandeza, de orgulho de raça e de vingança contra os seus dominadores, os romanos, isso por não ter compreendido a verdadeira Missão do Mestre.

Quer devolver as trinta moedas. Procura os sacerdotes, que lhe respondem: “Que nos importa? Isso é contigo.”

Com as moedas devolvidas por Judas, as quais os sacerdotes, sabiam que não podiam guardá-las: “é preço de sangue” e resolvem comprar o campo de um oleiro para construção de um cemitério para os forasteiros, recebendo o nome “Campo de sangue”, cumprindo-se a profecia.

Judas se suicida, enforca-se, seu maior erro. Jesus após a sua “morte” desce ao umbral para resgatar a Judas, que vem a sofrer muito por ter ido contra a lei de Deus, mas ajudado pelos prepostos de Jesus é redimido, é hoje, um espírito de luz...

José de Arimatéia pede o corpo de Jesus para sepultar...

Madalena vai, pela madrugada, visitar o sepulcro de Jesus, mas encontra-o aberto, a grande pedra fora removida, estava vazio, entristece, mas ouve a voz dEle pronunciar seu nome: “Maria!!!”, dando lhe orientações para levar a Seus discípulos.

É domingo de Páscoa, Jesus ressuscita, revive...

Ressurreição: voltar, aparecer.

Jesus ressurgiu dos mortos, porque a morte não existe, surgiu radiante de vida, por três vezes, em seu corpo espiritual e conviveu com seus discípulos, ensinado e fortalecendo-lhes a fé.

Mostrou-se a Tomé, o discípulo descrente, para que tocasse suas chagas...

Jesus disse: “Eu não venci no mundo, Eu venci o mundo!”

Partiram os discípulos a espalhar a Boa Nova por todos os cantos da Terra, com a orientação: “Ensinem a observar todos os ensinamentos que vos tenho dado e estejam certos que Eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos.”

Bibliografia:

“Boa Nova” - Francisco C. Xavier/Humberto de Campos (cap. citado)

“Evangelho Segundo o Espiritismo” - Allan Kardec/FEB

“Evangelho dos Humildes” – Eliseu Rigonatti

maristella barros
Enviado por maristella barros em 21/03/2008
Reeditado em 26/06/2008
Código do texto: T910411
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