O DONO DO MAL

Em Lúcifer se originou o mal (ele mesmo deu origem ao mal), mas ele não é o dono do mal. Qualquer ser criado pode produzir o mal por si só, mas Lúcifer abriu precedente de egoísmo, calúnia e difamação e, para não estar só nessa ação, desde sempre tem incitado outros seres inteligentes a agirem de igual modo, em desacordo com a coerência e harmonia de Deus, querendo mostrar que a transgressão não produz seu efeito mais malévolo e irreparável – a morte exterminante, o fim das espécies.

Sua contradição nasceu de uma simples ambição, que foi levada ao extremo pela determinação de alcançar seus objetivos, mesmo após ter percebido quão letais seriam os efeitos colaterais do satisfazer tais objetivos, tão nocivos para ele mesmo, como para todos os outros seres racionais e para o meio.

Então pecou, que é partir em busca de uma realização, prazer, satisfação, vantagem pessoal, etc., sem se importar com os efeitos negativos que pode ocasionar, seja para o indivíduo, ou para o meio em que convive. E é isto que como indivíduos ou como coletividade temos feito desde o início da controvérsia – buscar nossas satisfações pessoais sem nos importar com os efeitos negativos decorrentes. Então produzimos uma lista sem fim de prejuízos, como o aquecimento global, que aos poucos começa a ser levado em conta pelas pessoas, e tais prejuízos estão fazendo declinar nosso meio ambiente, declinar nosso convívio, declinar a vida, nos levando para a incapacidade de nos reproduzirmos, de renascermos como espécie. Esses efeitos nocivos estão nos levando para a morte exterminativa, a morte eterna.

Wilson do Amaral