VÉUS DA NOITE
Toda madrugada é uma colina branca
Que se perde em nossos ollhos
Toda manhã traz certezas claras e inúties
A noite é mistério que não se desvenda
Mormente, quando fechamos as janelas
E permanecemos no escuro, no lado de dentro
Onde ficamos trancafiados com nossos medos
Frente a frente com os velhos erros
Sem que nenhuma desculpa nos salve.
Neste momento...
Em que as dores antigas nos revisitam
E o vinho não faz mais efeito
Sabemos que o curso do rio da tristeza
Não mais pode ser alterado...
Então nos recolhemos,
Sozinhos ao castelo
Em que habitam nossos sonhos
Tiramos da parede de cortiça
As borboletas do alfinete
E as colocamos no parapeito das janelas
Esperando ingenuamente,
Que voem.