Poeta

Ancoro-me nesse plano mortal

Sou poeta e ajo como tal

Superior e inferior ao normal

Bem temperado ainda que sem sal

Sou bárbaro que massacra letras

Murcho-as em frases

As faço de escravas

Só para carregarem minha dor

Poucas são as salvas

Mas sou gentil, ponho-as para dormir

Encaixo-as em seus lugares

E mesmo que existam milhares

Sei quais que elas vão preferir

E nesse vai ou não vem, me vaio

Sou poeta, não louco

Vejo a poesia como um raio

Somente faísca iluminada

Que desce do céu em fúria

E se choca contra terra em luxúria

E é me afogando nesse ar seco

Que seco minhas dúvidas

Sou louco e então, poeta

Cada poesia é uma descoberta

PPFL
Enviado por PPFL em 25/08/2016
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