remédios e poesia

Fui ao médico, pois toda vez que eu ando sinto dor na alma.

O médico me disse que minha alma é pouco almada, que falta alguns exercícios diários de poesia.

Então eu disse a ele que eu lia Neruda, Drummond e que até escrevia meus próprios versos. Ele riu e me disse:

- A poesia não está só nas letras que se leem e nem rimas que fazemos.

Então ele me receitou três assobios por dia, com doses das melodias que mais gosto, mas mandou eu tomar cuidado com os jingles políticos, pois isso poderia piorar meu estado.

Receitou também um sonho louco por semana e um sonho lindo por dia e que eu não me preocupasse com os pesadelos, pois com o tempo ele sumiriam.

Resolvi sentar debaixo de uma macieira, elas dão lindas e deliciosas melancias saborosas que me lembram limão doce do Japão, senti a brisa me trazendo cheiro de esperança e meu relógio girava ao contrário.

- O tempo não para,mas os sonhos são maiores que o tempo. me disse uma voz.

Então assobiei até acordar...