VERSO

Não faço verso de modismo

tampouco para a alta casta

meu verso nasce povo

derrama o azeite do babaçu

e as águas do Apuá.

meu verso é um cofo

de devaneios

é a cesta da vó Neném

levando beiju e

esperança

é o cabelo branco

debaixo do torço

que conta histórias de Trancoso

é a calçada de redondilha

cantada na boca

da meninada

não faço verso de ricas imagens

pouco conheço

da teoria literária

meu verso nasce desajeitado

só que ele

nasce com ALMA.

Anna Liz
Enviado por Anna Liz em 19/05/2018
Reeditado em 06/03/2019
Código do texto: T6340992
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