A minha poesia é como xícara de café:

benquista, agradável e saborosa.

Ninguém, portanto, sabe o processo.

O escritor tende a declinar as palavras:

Por hora rabiscos...

Por hora folhas amassadas...

O sol do desamor torra-me a pele.

A lua da desilusão enegrece o pensamento,

a ponto de eu não saber se sou moedor

ou pó moído. Por isso não me preocupo

ser café amargo, açucarado ou autêntico.

Preocupo-me ser invalidado, diminuído

ou vencido pela crítica. Sobretudo

pergunta-te dona Florinda: Gostaria

de entrar para tomar uma xícara de café?