EU SOU

“Eu sou quem sou. Extremamente ‘ladino’

Seria, então, se não vos declarasse,

Se vos mentisse, se mistificasse

No anonimato, sendo eu o ‘Galdino’.”

Sou eu que, como Augusto dos Anjos,

Busco, tento crer, não agindo de má fé,

Quer como Pedro, quer como Tomé,

É assim, assim mesmo que me manjo!

Deram, logo, de me chamar – Galdino –,

Talvez, por ser comum o – Francisco –,

Uns me chamam também de – Gal –.

Dino: um sujeito experto, ladino...

E para me coroarem nesse aprisco,

O “Gal” é apenas um toque especial!

TEXTO INTERATIVO:

EGO SUM

Eu sou quem sou, extremamente injusto

Seria, então, se não vos declarasse

Se vos mentisse, se mistificasse

No anonimato, sendo eu o augusto

Sou eu que, com intelecto de arbusto

Jamais cri, e por mais que o procurasse

Quer com Darwin, com Haeckel, com Laplace

Levantar-me do leito de procusto

Sou eu, que a rota etérica transponho

Com a rapidez fantástica do sonho

Inexprimível nas termologias

O mesmo triste e estrábico produto

Atramente a gemer a mágoa e o luto

Nas mais contrárias idiossincrasias.

Autor: Augusto dos Anjos, foi um poeta brasileiro, identificado muitas vezes como simbolista ou parnasiano.

https://youtu.be/SkMHEvmLxh0

Francisco Ohannah Oleanna Osannah Galdino
Enviado por Francisco Ohannah Oleanna Osannah Galdino em 03/02/2023
Reeditado em 17/04/2023
Código do texto: T7710698
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