O PACTO

Eram dois amigos, dois soldados, dois combatentes.

Havia um pacto de fidelidade, feito há algum tempo...

__ Se eu estiver na linha de fogo, você me dá cobertura custe o que custar, o mesmo farei eu quando você estiver lá ,de frente, na mira do inimigo.

O amigo concordou plenamente e fizeram então o juramento.

***

Foi uma manobra de guerra planejada. O exército inimigo,já esperado, iniciou a invasão. Os soldados aliados avançaram na direção do inimigo. A fuzilaria cumpriu o seu papel. Os dois amigos estavam lá, na linha de frente,um dando cobertura ao outro,conforme o combinado. Num dado momento, o mentor do pacto feriu-se na perna.O amigo prontamente colocou-se a frente,atirando,protegendo, enquanto o outro arrastava-se para local mais seguro.

O tiro fora de "raspão" e alguns dias depois já estavam de novo se deslocando em manobras bélicas arriscadas.

Dessa vez foram pegos de surpresa... Durante à noite, o inimigo invadiu o acampamento. Colocaram-se rapidamente em alerta e passaram a trocar tiros na noite escura. A visibilidade era ruim para ambos, mas o componente surpresa deixava o inimigo com certa vantagem.

Os combatentes estavam lá, um dando cobertura ao outro, até que num dado momento, a munição acabou. Na pressa, não haviam carregado as armas totalmente... Dessa vez , o soldado em posição arriscada era o outro, que avançava com a certeza do pacto feito. Com o término da munição,contava que o amigo ficaria na retaguarda como prometera. Sentiu um zunido e uma sensação de queimação no tornozelo direito. Tentou caminhar mas a perna não obedecia ao seu comando. A bala atingira o ligamento ,rompendo o tronco neurovascular da perna afetada. Trôpego , tombou na linha de frente e suplicante procurou a cobertura prometida pelo amigo. Olhou para trás e constatou da pior maneira possível que a lealdade não está nas palavras e sim nas atitudes...