Abrantes
Eu podia ver o modo como ela sorria, eu conhecia aquele sorriso. Ela estava feliz como uma criança que ganha um sorvete em um dia quente de verão. O Fiat 500 cabriolet avançava pela autoestrada, eu estiquei o braço para sentir o vento, enquanto meus olhos percorriam as paisagens bucólicas rasgadas aqui e ali pelo azul do céu.
Passamos por uma placa, Abrantes ficava a 40 km.  Não importava, nada mais importava, só queriamos continuar seguindo naquela autoestrada até o anoitecer. Quando a luz começasse a fugir de nós, iríamos buscar o primeiro hotel que o nosso smartphone indicasse nas redondezas. Havia um bom merlot no porta malas e teríamos muito o que fazer até o amanhecer. No dia seguinte chegaríamos ao lago onde nos conhecemos, alguns anos atrás. Alugaríamos um barco e passearíamos sob o sol, molhando a ponta dos pés de quando em quando.

 
Mauricio R B Campos
Enviado por Mauricio R B Campos em 08/07/2014
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